Políticas Linguísticas na Educação de Surdos em Portugal

Autores

  • Paulo Vaz Carvalho Universidade Católica Portuguesa
  • Ana Mineiro Universidade Católica Portuguesa

DOI:

https://doi.org/10.4013/edu.2020.241.19456

Resumo

Neste artigo pretendemos fazer um traçado histórico sobre as políticas linguísticas adotadas em Portugal desde que se conhece a educação de surdos. Portugal tendo aderido às resoluções aprovadas no Congresso de Milão (1880) praticou durante largos anos uma política linguística que interferiu na educação de surdos, tendo em conta a predominância do oralismo sobre a língua gestual. Essa atitude de política linguística só veio a ser alterada nos anos 90, quando na constituição portuguesa, em 1997, reconheceu a Língua Gestual Portuguesa (doravante LGP) como a língua na qual se deve desenrolar o ensino e aprendizagem das crianças surdas. Desde então as políticas linguísticas de bilinguismo têm predominado e têm tido um reflexo muito positivo na educação de surdos e no acesso ao ensino superior e a graus de ensino avançados. Este artigo irá refletir sobre as políticas linguísticas adotadas em Portugal, entrelaçando essa reflexão na história da educação de surdos no mundo e em Portugal.

Biografia do Autor

Paulo Vaz Carvalho, Universidade Católica Portuguesa

Paulo Vaz de Carvalho é licenciado em História pela Universidade Lusíada efetuando várias formações em Língua Gestual Portuguesa (LGP) desde o início dos anos 90. Realizou o curso de especialização em educação e ensino de crianças e jovens surdos na Universidade Moderna e o Mestrado em Ciências da Educação, área de especialização: Educação, Comunicação e Linguagem, na Universidade Nova de Lisboa. Em 2007 publicou o livro “Breve História dos Surdos no Mundo e em Portugal”. Publicou os manuais de História da Educação de Surdos I; História da Educação de Surdos II e Estudos Surdos I da Licenciatura PRO-LGP da Universidade Católica Portuguesa (UCP) entre 2010 e 2012. Em 2013 publicou o livro “A Herança do Abade de L’Épée na viragem do século XVIII para o século XIX”. Em 2016 doutorou-se em Ciências da Saúde- Línguística da Língua Gestual Portuguesa na Universidade Católica Portuguesa.
Encontra-se a efetuar o Pós-Doutoramento na Universidade Católica Portuguesa.
Dedica-se à investigação na área da História da Educação de Surdos e na área da Lexicografia das Línguas Gestuais.
É Coordenador da Unidade de Investigação do Instituto Jacob Rodrigues Pereira desde 2005 e responsável pela coordenação de diversos projetos nacionais e internacionais. Desde criança contactou com crianças surdas já que a sua mãe foi professora de surdos.
É Professor Adjunto Convidado na Escola Superior de Educação de Setúbal e Professor Adjunto Convidado na Escola Superior de Educação de Coimbra. Leciona ainda uma Unidade Curricular do Mestrado em Língua Gestual Portuguesa e Educação de Surdos na Universidade Católica Portuguesa.
Participou, ainda, como orador em várias conferências, congressos e simpósios a nível nacional e internacional. Presentemente integra o projeto Coprus de referência para a Língua Gestual Portuguesa como investigador na Universidade Católica Portuguesa.

 

Ana Mineiro, Universidade Católica Portuguesa

Professora Associada com Agregação da Universidade Católica Portuguesa onde é investigadora sénior. Reuni numerosas publicações científicas onde se destaca, nos últimos anos, uma ênfase na investigação em língua gestual, numa perspetiva neurolinguística, cognitiva e linguística. Dirige o Laboratório de Linguagem, Línguas Gestuais e Surdez no CIIS (Lang_Lab) e coordenou a Licenciatura e o Mestrado em Língua Gestual Portuguesa e Educação de Surdos e formações avançadas na área da Surdez e da Língua Gestual. Coordena atualmente o Doutoramento em Ciências da Cognição e da Linguagem na Universidade Católica Portuguesa.  É membro da Comissão de Ética para a Saúde na Universidade Católica Portuguesa.

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Publicado

2020-09-21

Edição

Seção

Dossiê - Educação de surdos e suas interfaces com as políticas linguísticas