A invenção do monolinguismo no Brasil: por uma orientação translíngue em aulas de “línguas”

Autores/as

  • Diogo Oliveira do Espírito Santo Universidade Federal da Bahia
  • Kelly Barros Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Resumen

Buscamos discutir, dentro de uma perspectiva linguístico- histórica, algumas das principais políticas que colaboraram para a invenção das “línguas” e consolidaram a ideologia monolíngue no Brasil. Pontuaremos os desdobramentos dessas políticas no ensino do que se convencionou chamar “língua portuguesa” desde a empreitada colonial até os tempos atuais e na forma como se definem e se estudam as “línguas”. Por meio de construtos teóricos desenvolvidos pela Linguística Aplicada Crítica e pela Sociolinguística da Globalização, discutiremos a necessidade de se repensar as práticas de linguagem na contemporaneidade embasadas em orientações que não só reconheçam o caráter fluido e híbrido das relações humanas, mas que também desloquem o conceito de “línguas” para dentro de paradigmas que concebam o sentido como multissemiótico. Essas discussões culminarão no debate sobre o papel do que se tem chamado de práticas translíngues, translingualismo ou polilanguagismo no ensino de línguas, que vêm não só questionar a orientação monolíngue nos estudos sobre a linguagem como também desconstruir epistemologias que ainda se pautam no entendimento de “língua” como um conjunto de fenômenos separáveis e quantificáveis. Nesse sentido, questionaremos se é realmente possível ensinar “línguas” na contemporaneidade e sugeriremos caminhos para se pensar em estratégias para que aprendizagens outras e a reflexão sobre as práticas híbridas de linguagem ocorram na formação docente e em sala de aula.

Palavras-chave: monolinguismo, prática translíngue, ensino.

Biografía del autor/a

Diogo Oliveira do Espírito Santo, Universidade Federal da Bahia

Professor de língua inglesa e português para estrangeiros. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura da Universidade Federal da Bahia (PPGLINC/UFBA). Mestre em aquisição, ensino e aprendizagem de línguas pelo mesmo programa.

Kelly Barros, Universidade Federal da Bahia (UFBA).

É professora assistente de língua inglesa da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e doutora em aquisição, ensino e aprendizagem de línguas pelo Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia (PPGLINC/UFBA).

Publicado

2018-05-04

Cómo citar

Espírito Santo, D. O. do, & Barros, K. (2018). A invenção do monolinguismo no Brasil: por uma orientação translíngue em aulas de “línguas”. Calidoscópio, 16(1), 152–162. Recuperado a partir de https://www.revistas.unisinos.br/index.php/calidoscopio/article/view/cld.2018.161.14