Metáforas em práticas de justiça restaurativa: a construção de memórias de futuro
Resumen
Recentes no contexto brasileiro, as iniciativas em justiça restaurativa vêm oferecendo novas táticas de comunicação entre sujeitos envolvidos em danos como parte de suas ações para prevenir e resolver conflitos em várias instâncias, como em escolas, comunidades e sistema judiciário. Voltando-se para a experiência piloto do programa Justiça para o Século 21 (Porto Alegre, RS) no contexto da justiça penal juvenil, o presente trabalho tem como objetivo analisar discursos de coordenadores de dois Círculos Restaurativos realizados na 3ª Vara do Juizado Regional da Infância e da Juventude de Porto Alegre. Para realizar este estudo, tomamos como base os pressupostos teóricos e metodológicos do Círculo de Bakhtin e de estudiosos em justiça restaurativa. A metodologia de análise de discursos que adotamos foi fundamentada nas seguintes orientações metodológicas que Geraldi desenvolveu a partir da teoria do Círculo de Bakhtin: percepção das dimensões materiais do signo – neste trabalho, a unidade de percepção foi centrada na palavra; reconhecimento da palavra como parte de contextos mais amplos; compreensão do seu sentido em determinados contextos específicos e compreensão ativo- -dialógica dos textos. Com esta pesquisa, observamos a recorrência de construções linguísticas metafóricas referentes ao tempo, mais especificamente, ao futuro de ofensores e vítimas. Notamos que as metáforas foram importantes recursos expressivos para incentivar os sujeitos a interpretarem suas experiências com os danos do ponto de vista do futuro como acontecimento vindouro e não como repetição do passado.
Palavras-chave: conflito, justiça restaurativa, discurso, metáfora.
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