A invenção do monolinguismo no Brasil: por uma orientação translíngue em aulas de “línguas”
Resumo
Buscamos discutir, dentro de uma perspectiva linguístico- histórica, algumas das principais políticas que colaboraram para a invenção das “línguas” e consolidaram a ideologia monolíngue no Brasil. Pontuaremos os desdobramentos dessas políticas no ensino do que se convencionou chamar “língua portuguesa” desde a empreitada colonial até os tempos atuais e na forma como se definem e se estudam as “línguas”. Por meio de construtos teóricos desenvolvidos pela Linguística Aplicada Crítica e pela Sociolinguística da Globalização, discutiremos a necessidade de se repensar as práticas de linguagem na contemporaneidade embasadas em orientações que não só reconheçam o caráter fluido e híbrido das relações humanas, mas que também desloquem o conceito de “línguas” para dentro de paradigmas que concebam o sentido como multissemiótico. Essas discussões culminarão no debate sobre o papel do que se tem chamado de práticas translíngues, translingualismo ou polilanguagismo no ensino de línguas, que vêm não só questionar a orientação monolíngue nos estudos sobre a linguagem como também desconstruir epistemologias que ainda se pautam no entendimento de “língua” como um conjunto de fenômenos separáveis e quantificáveis. Nesse sentido, questionaremos se é realmente possível ensinar “línguas” na contemporaneidade e sugeriremos caminhos para se pensar em estratégias para que aprendizagens outras e a reflexão sobre as práticas híbridas de linguagem ocorram na formação docente e em sala de aula.
Palavras-chave: monolinguismo, prática translíngue, ensino.
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