Vidas periféricas em trajetórias faladas: performances orais e enquadramentos tecnológicos e sociais em um museu virtual
DOI:
https://doi.org/10.4013/cld.2023.213.08Resumo
O artigo discute a produção discursiva da memória a partir trajetórias de vidas, oralmente performadas, que compõem uma coleção virtual. O objetivo é refletir se tecnologias sociais para produção de memória popular oferecem meios para a democratização do fazer do conhecimento histórico. Para isso, propõe tratar as performances de história oral como artes verbais (Bauman, 1977) capazes de narrativizar, de maneira criativa, o cotidiano (Certeau, 2014). A plataforma Museu da Pessoa é tomada como campo empírico da pesquisa e enquadrada como uma tecnologia social que pode atuar na “reconfiguração comunicativa do saber e do narrar” (Martín-Barbero, 2014). O estudo recortou, a partir do trabalho de coleta etnográfica no acervo, uma coleção de 15 histórias de vidas de moradores de uma comunidade periférica de São Paulo. As análises buscaram observar como alguns padrões formais e enquadres (Goffman, 1974; 1981) institucionais e tecnológicos foram operados pelos contadores de histórias e o uso do footing como tática criativa. Observou-se a formação de quadros sociais do narrar dentro do conjunto de relatos, com potencial para os letramentos de memória e a produção de fontes alternativas da memória de sujeitos periféricos.
Palavras-chave: trajetórias de vidas periféricas; narrativas orais; tecnologias sociais da memória.
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