Da orquestra ao audiovisual: traduções intersemióticas da ‘Pastoral’ de Beethoven

Autores

  • Cássio de Borba Lucas Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Alexandre Rocha da Silva Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS

DOI:

https://doi.org/10.4013/ver.2015.29.71.06

Resumo

A temática deste artigo é o audiovisual de orquestra: de que forma os novos meios de imagem e som traduzem a música orquestral de Beethoven? O audiovisual de orquestra é caracterizado, em um primeiro momento, em suas relações intersemióticas, considerados os mecanismos de tradução e de transcriação implicados. Tais mecanismos são apreendidos no nível da norma, do intracódigo e da qualidade sincrônica. Os conceitos que essas categorias subsumem e a tipologia de traduções desenvolvida por Júlio Plaza (2008) fundamentaram a análise de um corpus formado por três versões audiovisuais da Sexta Sinfonia de Beethoven. A estas, constata- -se, correspondem três tipos de transcriação: Humphrey Burton traduz indicialmente a música realizada na sala de concertos pelo estabelecimento de contiguidades convencionais; Hugo Niebeling traduz iconicamente a música no audiovisual pela criação de relações de semelhança qualitativa entre a forma musical e a forma da orquestra; e Stephen Malinowski, por meio de uma série de codificações que regulam a distribuição topológica dos elementos visuais, engendra uma tradução simbólica à maneira daquela prenunciada por Michel Chion.

Palavras-chave: orquestra, audiovisual, tradução intersemiótica, transcriação.

Biografia do Autor

Cássio de Borba Lucas, Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Mestrando em Comunicação e Informação na UFRGS, integra o Diretório CNPq Semiótica e Cultiuras da Comunicação (GPESC) desde 2010, tendo participado da pesquisa Teorias em Dispersão dos Cinestas Brasileiros sobre o Audiovisual: Arqueologia, Semiótica e Desconstrução com investigação sobre a designação no cinema de Júlio Bressane. Atualmente, desenvolve pesquisa sobre a música e suas materialidades.

Alexandre Rocha da Silva, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS

Alexandre Rocha da Silva possui graduação em Comunicação Social (Jornalismo) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1994), mestrado em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1999), doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2003), doutorado-sanduíche em Sémiotique - Centre d Étude de La Vie Politique Française (2002) e pós-doutorado na Universite de Paris III (Sorbonne-Nouvelle) (2005-6). Atualmente é pesquisador do CNPq (bolsista produtividade) e professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Semiótica, Teorias da Comunicação, Audiovisualidades e Micropolíticas. Autor de A dispersão na semiótica das minorias e Comunicação e minorias, também participou da organização de livros, entre os quais Imagem e tecnologias da representação, Audiovisualidades da cultura, Do audiovisual às audiovisualidades: convergência e dispersão nas mídias, Percursos semióticos: significação, codificação, semiose e interface. Atualmente é editor da Revista Em Questão, coordenador da área de estudos básicos do Curso de Comunicação Social da Ufrgs, coordenador da Linha de Pesquisa Linguagem e Culturas da Imagem do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação da Ufrgs, vice-coordenador do Grupo de Pesquisa Semiótica da Comunicação da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e coordenador do Diretório CNPq Semiótica e culturas da comunicação (GPESC).

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Publicado

2015-04-17

Edição

Seção

Dossiê: Imagens