O triunfo do homem comum: a salvação moderna no filme Armageddon

Autores

  • Eduardo Martinelli Leal Programa de Pós-graduação em Antropologia Social/ UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.4013/ver.2014.28.68.01

Resumo

O filme Armageddon destaca como personagens centrais a figura de homens comuns, perfuradores de petróleo, que salvam o mundo do choque de um asteroide. Analisando a formação histórica americana, percebemos que a iniciativa desses personagens é uma releitura do mito de fundação daquela sociedade, inspirada no Iluminismo e no Calvinismo. Nessa nova interpretação, o futuro dos homens depende muito mais de sua coragem e perseverança diante dos obstáculos do que de uma concessão divina, pois a tecnologia permitiu a superação dos limites de uma espécie já desencantada. A complementaridade do gênero na união familiar e afetiva representa a continuidade da espécie humana. O filme exalta a guerra como modo de construção da identidade americana e do “outro”, seja ele humano ou um “híbrido”. O desfecho da salvação do mundo concilia as dicotomias entre ciência como técnica e a afirmação de valores sociais tradicionais, estendendo esses valores para o vínculo humanitário entre as nações do mundo, definidas a partir do universo mítico do americano. Se o mundo aparece desencantado nas lentes da racionalidade científica, a salvação depende de uma reconciliação entre a ciência e o mundo da vida. Para salvar o mundo, são necessários homens que representem essa humanidade há muito perdida pelos cientistas.

Palavras-chave: Armageddon, Iluminismo, Calvinismo.

Biografia do Autor

Eduardo Martinelli Leal, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social/ UFRGS

Doutorando em Antropologia Social pela UFRGS. Professor do Instituto Federal Sul-rio-grandense- IFSUL/Câmpus Charqueadas-RS.

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Publicado

2014-03-19

Edição

Seção

Dossiê: Narrativas midiáticas contemporâneas