Autoria e heterogeneidade no discurso amoroso de Caras

Autores

  • Fabio Scorsolini Comin Universidade de São Paulo - USP
  • Soraya Maria Romano Pacífico Universidade de São Paulo - FFCLRP-USP

DOI:

https://doi.org/10.4013/6998

Resumo

O objetivo deste trabalho é analisar, segundo os pressupostos teóricos da Análise do Discurso de matriz francesa, os discursos produzidos acerca do amor em uma revista de circulação nacional, tentando compreender em que medida os autores desta seção assumem, ou não, os princípios de autoria e argumentação, investigando as marcas de heterogeneidade presentes nos discursos. Analisou-se quatro artigos publicados na coluna Amor, da revista Caras®. Em alguns recortes analisados, os autores, a partir de suas práticas como psicoterapeutas, mesclam seus posicionamentos pessoais com a experiência de seus pacientes. Em outros casos, relatam apenas as vivências de pacientes, distanciando-se das mesmas. Isso nos remete à discussão sobre a assunção da autoria nos profissionais da área psi, que não apenas devem trabalhar com questões do psiquismo humano, mas devem abrir-se à possibilidade de se colocarem como co-produtores de discursos e saberes, a partir do diálogo com o outro/Outro. Assim, a autoria, além de exigir que o sujeito se responsabilize pelo seu dizer, reclama do autor um trabalho com a heterogeneidade constitutiva da linguagem, uma vez que cabe à função-autor controlar a produção de sentidos das vozes que dialogam nos textos, criando a ilusão de unidade textual.

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