Um conceito na rede: interseccionalidade e sua tradução micromidiática na web francesa
Resumo
Partindo de um ponto de vista sócio-técnico, este artigo propõe estudar como o conceito de interseccionalidade ganha uma força particular nas redes sociais. Ele baseia-se em uma dupla constatação. Primeira, as plataformas permitem a construção narrativa de categorias da população que não se reconhecem nas produções midiáticas e da indústria cultural. Segunda, elas possibilitam o encontro (e agrupamento) de indivíduos a partir das experiências sociais que lhes são comuns ou de uma interpretação comum dessas experiências. Este artigo visa responder à seguinte pergunta: Qual é o resultado do encontro entre a força performativa da interseccionalidade e a força performativa das plataformas digitais? Para isso, o texto é organizado em duas partes. A primeira é voltada para a apresentação dos dados analisados durante a pesquisa de campo e procura demonstrar que os atores atribuem um sentido particular à interseccionalidade, a partir do qual eles produzem objetos midiáticos alternativos e favorecem a construção de uma comunidade de ação. A segunda parte concerne a análise das condições políticas, materiais e técnicas de emergência deste discurso nas plataformas digitais. Esta pesquisa faz parte de uma tese de doutorado em andamento. Ela mobiliza técnicas clássicas do método etnográfico e ferramentas digitais que facilitam a coleta e a construção de base de dados. A análise é baseada na articulação de diferentes materiais: texto de apresentação e estatísticas (número de seguidores, curtidas, compartilhamentos); anotações feitas no caderno de pesquisa de campo; 23 entrevistas semi-estruturadas; e a análise do conteúdo multimídia.
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