A atenção nas malhas dos ininterruptos gozos proporcionados pela indústria cultural
DOI:
https://doi.org/10.4013/edu.2013.171.681Resumo
Ao considerar que a expansão do uso das novas tecnologias no processo educativo ocorre num contexto histórico e social norteado cada vez mais pelo e para o modo de produção de mercadorias, este artigo aborda como a utilização desses aparatos no processo de ensino e aprendizagem vem atuando sobre a capacidade das pessoas de direcionarem e conservarem sua atenção para o que estudam. Ao basear-se na Teoria Crítica da Sociedade, levanta-se a hipótese de que a ligação cada vez mais intensa das pessoas a esses aparatos vem redundando, entre outras coisas, no enfraquecimento da capacidade de direcionar e governar a própria atenção durante um determinado tempo. Nesse sentido, o artigo retoma as explicações de Marx sobre o conceito de mercadoria, relacionando o que ele denominou de Fetichismo com a ideia do Soberano, discutida por La Boétie; aborda como o modo de produção de mercadorias no capitalismo subordina progressivamente a cultura e os espaços de produção autônoma do espírito à lógica da troca, configurando o que Adorno e Horkheimer chamaram de indústria cultural. Partindo da compreensão de que os produtos da indústria cultural exploram a percepção proporcionando vivências sadomasoquistas, obtidas ao custo da imobilização do exercício da representação e do pensamento, o artigo finaliza com apontamentos sobre como essas experiências vêm prejudicando a capacidade das pessoas de dedicarem e dirigirem a sua própria atenção e concentração.
Palavras-chave: Indústria Cultural, atenção, processo educativo, gozos.
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