Considerações sobre as regras existentes nas classes democráticas e autocráticas

Autores

  • Telma Pileggi Vinha
  • Luciene Regina Paulino Tognetta

Resumo

Elaborado a partir de uma pesquisa de doutorado, que investigou se o ambiente escolar influencia a maneira como os alunos se relacionam e resolvem seus conflitos interpessoais, este artigo apresenta um estudo fundamentado na teoria construtivista sobre o processo de elaboração e legitimação das regras em classes de ensino fundamental pertencentes a escolas públicas. Consistindo em um estudo de caso, foram selecionados dois professores que, apesar de afirmarem que pretendiam favorecer a formação de pessoas autônomas, ofereciam em suas classes ambientes sociomorais que possuíam características bem diferentes, assim como eram distintos a qualidade das regras e os processos empregados para que fossem obedecidas. Um tipo de ambiente era caracterizado por relações autocráticas ou coercitivas, enquanto o outro se pautava por relações mais democráticas ou cooperativas. Considerando que o processo empregado na construção e na legitimação das normas interfere nas interações entre os alunos e no desenvolvimento socioafetivo dos mesmos, transmitindo mensagens que dizem respeito à moralidade, são apresentadas neste artigo algumas das situações observadas com relação à elaboração das regras nas classes e aos procedimentos utilizados para que as crianças as cumprissem, analisando as conseqüências dos mesmos na formação moral dos alunos. Os resultados encontrados, analisados qualitativamente, indicam que, apesar de os professores terem objetivos comuns, o processo utilizado nas classes autocráticas favorecia a manutenção de altos níveis de heteronomia em seus alunos; já no democrático, constatou-se que tais procedimentos contribuíram mais efetivamente para o desenvolvimento da autonomia.

Palavras-chave: regras, desenvolvimento moral, construtivismo (Educação), professores e alunos – relações.

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Publicado

2021-06-01

Edição

Seção

Artigos