Anarquizar a clínica em defesa de outras vidas para a educação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4013/edu.2023.271.39

Palavras-chave:

Poder sobre a vida, clínica, biopolítica, educação, inclusão

Resumo

O objetivo do artigo é desenvolver a hipótese analítica de que a experiência da doença na clínica, uma vez perpassada por condições históricas e críticas, desenrolou-se paralelamente a uma concepção de vida e que, portanto, prenunciou implicações para a concepção de biopolítica em Foucault. Para haver uma concepção de vida, outras tiveram de ser abandonadas. Em jogo encontra-se “o conjunto dos gestos pelos quais a doença, em uma sociedade, é envolvida, medicamente investida, isolada, repartida em regiões privilegiadas e fechadas, ou distribuída pelos meios de cura, organizados para serem favoráveis”. Conceberemos na ideia de “anarquizar” a clínica como possibilidade de romper com seus fundamentos, na direção da anarqueologia proposta por Foucault nas primeiras aulas de 1980, a possibilidade de uma resistência a esse processo. Daí, é necessária uma atitude de desconfiança a todo e qualquer poder, em sua origem mesma de normalização; desconfiar dos poderes sobre a vida que se construíram e se constroem em torno da clínica, colocando em questão seu fundamento (arkhé) significa colocar em questão as alianças entre a clínica e a biopolítica, pensando a educação.

Biografia do Autor

Silvio Gallo, Universidade Estadual de Campinas

Professor Titular da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas

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Publicado

2023-11-19

Edição

Seção

Dossiê: Vidas (im)possíveis entre o clínico e o pedagógico