Devotas e instruídas: a educação de meninas e mulheres no Brasil – fragmentos do passado histórico (1846/1930)
DOI:
https://doi.org/10.4013/edu.2012.163.2467Resumo
O artigo tem por objetivo analisar, por meio de pesquisa bibliográfica, alguns fragmentos do ideário da educação das mulheres inserido no projeto republicano de educação popular, de 1846 a 1930. Apresenta reflexões sobre a educação feminina no Brasil, as relações entre o poder político e a Igreja Católica e, por meio dela, a internalização do papel de mãe e esposa, num universo de submissão necessária e benéfica. Fundamenta-se, teoricamente, em Aranha, Hilsdorf e Vidigal, nas questões gerais da História da Educação do início da República, e em Duarte, Nunes e Paiva, no que toca ao universo da instrução das mulheres. A análise realizada mostrou que o projeto não contemplava a educação feminina e destinava as moças à frequência das escolas normais como uma das únicas formas de instrução, entendendo as mulheres como as mais adequadas ao magistério de crianças; aponta para a modificação dessa mentalidade a partir da disseminação dos conceitos liberais, a reorganização da família e a divisão mais equitativa das responsabilidades dos pais, a partir do que o papel da mulher é ampliado; destaca a existência e os objetivos dos colégios religiosos na educação das meninas e, já no século XX, a carreira do magistério como a passagem para as primeiras oportunidades de bem-estar econômico, manifestação da palavra não apenas figurativa, e trânsito do espaço doméstico para a visibilidade social. O estudo conclui que o ideal renovador alinhado ao projeto do Estado de educar a população não foi suficiente para resolver as desigualdades de gênero, só amenizadas a partir da década de 1930, com a conquista do voto feminino.
Palavras-chave: educação republicana, educação de mulheres, escolas religiosas.
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