Desafios para a educação em contexto bilíngue (alemão/português) de língua minoritária

Autores

  • Maristela Pereira Fritzen FURB

DOI:

https://doi.org/10.4013/edu.2012.162.750

Resumo

Neste texto, pretende-se apresentar e discutir o cenário sociolinguisticamente complexo do Vale do Itajaí, SC, antiga zona de imigração alemã, e os desafios que se impõem para a educação considerando a pluralidade linguística e cultural da região. Os recortes dos dados aqui analisados foram gerados em um estudo de cunho etnográfico interpretativista (Erickson, 1984) mais abrangente, realizado em uma escola rural de Ensino Fundamental. Com apoio teórico vindo prioritariamente do campo de estudos do bilinguismo como fenômeno social, o objetivo do trabalho é (a) descrever e analisar o cenário sociolinguístico da pesquisa, caracterizado como complexo em função da coexistência de línguas hegemônicas e variedades locais, em geral estigmatizadas; (b) problematizar o uso das línguas no ambiente escolar e como são tratadas pelos atores sociais que interagem nesse espaço. Os registros da pesquisa sinalizam para o importante papel da língua de herança como símbolo da identidade étnico-linguística do grupo em estudo. Apontam ainda que as tensões e os conflitos linguísticos presentes na sociedade atingem a escola e os sujeitos que convivem nesse contexto. Os resultados também apontam para as implicações do bilinguismo social na formação de professores. Espera-se dar visibilidade ao grupo estudado, a fim de contribuir para o reconhecimento do direito das crianças bilíngues ao ensino formal da língua e da cultura do seu grupo étnico, como apregoa a Declaração Universal dos Direitos Linguísticos (1996). 

Palavras-chave: bilinguismo social, línguas minoritárias, escolarização.

Biografia do Autor

Maristela Pereira Fritzen, FURB

Doutora em Linguística Aplicada pela Unicamp, professora do Departamento de Letras e do Mestrado em Educação da FURB - Universidade Regional de Blumenau, SC.

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Publicado

2012-06-03

Edição

Seção

Artigos