A humanidade até ontem: poder e estado de natureza em Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau e Pierre Clastres

Authors

  • Marcio Henrique Bertazi

Keywords:

Estado de Natureza, Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau, Pierre Clastres.

Abstract

Este artigo objetiva apresentar parte do debate antropológico e filosófico do estado de natureza a partir de três autores que se atentaram à temática. Discute-se o estado de natureza em Thomas Hobbes e sua visão de que não há lei sem um poder comum; a inexistência do direito natural em Jean-Jacques Rousseau, cujo conceito não vem da natureza, mas das convenções enquanto atitudes voluntárias; e a possibilidade do poder coercitivo como um caso particular em Pierre Clastres, para quem a contingência da palavra é o oposto da violência, que é a essência do poder. Aponta-se que enquanto em Hobbes a instituição do Estado caracteriza a vida política e em Rousseau o estado de natureza mantém os indivíduos isolados, em Clastres o Estado não é um destino intrínseco, mas demarcado por atitudes racionais que pretendem manter o poder centralizado afastado a todo o momento.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Marcio Henrique Bertazi

Engenheiro ambiental (USP), Bacharel em Filosofia (UFSCar), Mestre em História (UNESP) e doutorando em Ciências da Engenharia Ambiental (USP). Tem experiência com pesquisas na área de ecologia política, história ambiental, movimentos sociais, ciências ambientais e práticas interdisciplinares.

References

ABENSOUR, M. 2011. Democracy Against the State: Marx and the Machiavellian Moment. Tradução de Max Blechman; Martin Breaugh. Malden, MA: Polity Press.

CARVALHO, S. M. S. 1989. A obra de Pierre Clastres: acertos e enganos de uma antropologia política. Perspectivas: Revista de Ciências Sociais, 12:191-227.

CASSIRER, E. 1972. Antropologia filosófica: ensaio sobre o homem: introdução a uma filosofia da cultura humana. Tradução de Vicente Felix De Queiroz. São Paulo: Editora Mestre Jou.

CLASTRES, P. 2003. A sociedade contra o Estado: pesquisas de antropologia política. Tradução de Theo Santiago. São Paulo: Cosac Naify.

CLASTRES, P. 2004. Arqueologia da violência: pesquisas de antropologia política. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Cosac Naify.

DESCARTES, R. 1996. Discurso do Método. Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes.

DIAMOND, J. M. 2014. O mundo até ontem: o que podemos aprender com as sociedades tradicionais? Tradução de Maria Lúcia Oliveira. Rio de Janeiro: Editora Record.

FORTES, L. R. S. 1989. Rousseau: o bom selvagem. São Paulo: FTD.

FOUCAULT, M. 1999. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 20ª ed. Petrópolis: Vozes.

FRATESCHI, Y. 2008. A física da política: Hobbes contra Aristóteles. Campinas, SP: Editora da Unicamp.

FREUD, S. 2013. Totem e tabu. Tradução de Renato Zwick. Porto Alegre: L&PM.

HOBBES, T. 2003. Leviatã: ou Matéria, Forma e Poder de um Estado Eclesiástico e Civil. Tradução de João Paulo Monteiro; Maria Beatriz Nizza Da Silva. São Paulo: Martins Fontes.

LEBRUN, G. 1984. O que é poder. Tradução de Renato Janine Ribeiro; Sílvia Lara Ribeiro. São Paulo: Abril Cultural; Brasiliense.

LEOPOLDI, J. S. 2001. Aspectos antropológicos da filosofia de Hobbes. Alceu, 1(2):108-128.

LEOPOLDI, J. S. 2002. Rousseau - estado de natureza, o “bom selvagem” e as sociedades indígenas. Alceu, 2(4):158-172.

MAZOYER, M.; ROUDART, L. 2010. História das agriculturas no mundo: do neolítico à crise contemporânea. Tradução de Cláudia F. Falluh Balduíno Ferreira. São Paulo; Brasília, DF: Editora UNESP; NEAD.

RIBEIRO, R. J. 1999. Ao leitor sem medo: Hobbes escrevendo contra seu tempo. 2ª ed. Belo Horizonte: Editora UFMG.

ROUSSEAU, J.-J. 2016. O contrato social. Tradução de Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM.

SKINNER, Q. 1999. Razão e retórica na filosofia de Hobbes. Tradução de Vera Ribeiro. São Paulo: Fundação Editora da UNESP (FEU).

STAROBINSKI, J. 2011. Jean-Jacques Rousseau: a transparência e o obstáculo. Tradução de Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras.

WEBER, M. 2002. Conceitos básicos de sociologia. Tradução de Rubens Eduardo Ferreira Frias; Gerard Georges Delaunay. São Paulo: Centauro.

Published

2020-04-30

How to Cite

BERTAZI, M. H. A humanidade até ontem: poder e estado de natureza em Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau e Pierre Clastres. Controvérsia (UNISINOS) - ISSN 1808-5253, São Leopoldo, v. 16, n. 1, p. 77–96, 2020. Disponível em: https://www.revistas.unisinos.br/index.php/controversia/article/view/18690. Acesso em: 4 may. 2025.

Issue

Section

Artigos