Histórico de violência e Transtornos de Estresse Extremo Não-Especificados (DESNOS) em mulheres

Authors

  • Natália Zancan Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
  • Priscila Lawrenz Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
  • Beatriz Gross Curia Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
  • Isadora Silveira Ligorio Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  • Clarissa Pinto Pizarro de Freitas Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO)
  • Luísa Fernanda Habigzang Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

DOI:

https://doi.org/10.4013/ctc.2019.122.14

Abstract

Ser vítima de diferentes formas de violência durante a vida pode estar associado ao comprometimento da saúde mental. Desta forma, o presente estudo objetiva: a) Verificar a presença e a frequência de maus-tratos na infância em mulheres que sofreram violência perpetrada pelo parceiro íntimo; b) Avaliar a presença de sintomas e diagnóstico de Transtornos de Estresse Extremo Não-Especificado (DESNOS); c) Investigar a relação entre maus-tratos na infância, violência por parceiro íntimo e sintomas de DESNOS; d) Verificar se mulheres que relataram maiores índices de exposição a maus-tratos na infância apresentam níveis mais altos de gravidade sintomatológica de DESNOS em comparação àquelas que afirmaram terem vivenciado menores índices de exposição. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, correlacional, comparativo e transversal. Participaram 52 mulheres com média de idade de 33,15 anos (DP = 9,97). Os instrumentos aplicados foram: a) Ficha de dados sociodemográficos; b) Questionário sobre Traumas na Infância (CTQ); c) Escala Tática de Conflito Revisada (CTS2); d) Entrevista Estruturada para Transtornos de Estresse Extremo (SIDES-R). Os resultados indicaram que todas as participantes foram vítimas de alguma forma de maus-tratos na infância. Foi possível identificar que 31% da amostra atendeu aos critérios diagnósticos para DESNOS. No entanto, nenhuma das dimensões do histórico de maus-tratos na infância e das agressões perpetradas pelo parceiro íntimo associaram-se à gravidade sintomatológica ou ao diagnóstico de DESNOS. Estudos futuros devem investigar as relações do histórico de violência vivenciadas pelas vítimas e o desenvolvimento de DESNOS.

Palavras-chave: maus-tratos na infância; violência contra a mulher; DESNOS.

 

Author Biographies

Natália Zancan, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Mestre em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Possui graduação em Psicologia pela Faculdade Meridional (IMED). É Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (IMED). Realizou treinamento Intensivo em Terapia Comportamental Dialética (Behavioral Tech - The Linehan Institute). Atua em consultório particular com psicoterapia individual e com grupos de habilidades em Terapia Comportamental Dialética.

Priscila Lawrenz, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Possui graduação em Psicologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos (2014). Atuou como bolsista de iniciação científica CNPq-Balcão (2010-2012) e PIBIC-CNPq (2012-2014) no Grupo de Estudos Avançados em Psicologia da Saúde (Geapsa/PPG Psicologia/Unisinos), tendo como foco os temas: percepção da doença, coping, saúde da mulher, câncer de mama, câncer ginecológico e câncer infantil. Realizou Mestrado como bolsista CNPq no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS (2015-2017). Atualmente realiza Doutorado em Psicologia no mesmo programa de pós-graduação (2017-2021). É bolsista CNPq vinculada ao Grupo de Pesquisa Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas (GPeVVIC/PPG Psicologia/PUCRS) e atua principalmente nos seguintes temas: estresse de minoria, preconceito e violência contra minorias sexuais, violência contra crianças e adolescentes, violência contra a mulher, desenvolvimento humano em situação de vulnerabilidade psicossocial, desenvolvimento e avaliação de programas de intervenção psicológica.

Beatriz Gross Curia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Psicóloga formada com Láurea Acadêmica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Mestranda, bolsista CNPq, do Grupo de Pesquisa Violência Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas (GPeVVIC) do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS.

Isadora Silveira Ligorio, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), auxiliar de pesquisa no Grupo de Pesquisa Violência, Vulnerabilidade Social e Intervenções Clínicas (GPeVVIC), coordenado pela Prof. Dra. Luísa Habigzang, atuando na área de pesquisa sobre Violência Contra a Mulher. Estagiária clínica na Wainer Psicologia Cognitiva, em que são realizados atendimentos com crianças e adolescentes na Fundação O Pão dos Pobres.

Clarissa Pinto Pizarro de Freitas, Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO)

Doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS/2016), Professora do Pós-Graduação de Psicologia na Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO), graduada em Psicologia pela Universidade Regional do Alto Uruguai e das Missões ? URI Campis Santo Ângelo (2010), Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental (2012), Mestre em Psicologia (2013), membro do Centro de Estudos Psicológicos CEP-Rua, membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psicologia Organizacional e do Trabalho (NEPOT) e Grupo de Pesquisa em Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas (GPeVVIC). Realizou estágio de Doutorado na North-West University (África do Sul), onde desenvolveu atividades de pesquisa, supervisão e docência junto ao Laboratório de Psicologia Positiva Optentia (Optentia Research Focus). Tem experiência nas áreas de psicologia positiva, psicologia organizacional e adaptação de instrumentos. Atualmente trabalha na adaptação de instrumentos e avaliação de evidências de validade para investigar características positivas e de bem-estar. Além disso, realiza pesquisas para investigar a efetividade de intervenções baseadas em Psicologia Positiva e Psicologia Organizacional Positiva.

Luísa Fernanda Habigzang, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Possui graduação em Psicologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2003). Realizou seu Mestrado (2006), Doutorado (2010) e Pós-Doutorado (2014) no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).Coordenou o CEP-RUA/NH, programa de pesquisa e atendimento psicológico para vítimas de violência sexual (2005-2013). Atualmente é professora adjunta no Curso de Graduação e no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). É coordenadora do Grupo de Pesquisa Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas (GPEVVIC/ PPG em Psicologia/ PUCRS) e supervisora do Núcleo de Atendimento em Psicologia Jurídica (NAPSIJUR) do Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia (SAPP/ PUCRS). É professora e coordenadora do curso de Especialização Abordagens da Violência contra Crianças e Adolescentes da PUCRS. Atua como professora no curso de especialização em terapia cognitivo comportamental (PUCRS). Foi coordenadora do grupo de trabalho da ANPEPP Tecnologia social e inovação: intervenções psicológicas e práticas forenses contra a violência (2012-2017). É editora chefe da Revista Temas em Psicologia. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase no desenvolvimento em situação de risco e vulnerabilidade social, e na clínica com enfoque cognitivo-comportamental. Suas linhas de pesquisa são (1) Avaliação do impacto da violência para o desenvolvimento psicossocial, (2) Desenvolvimento e avaliação de intervenções clínicas e psicossociais para populações vulneráveis e/ou com histórico de violência, e (3) Desenvolvimento e avaliação de tecnologias de capacitação profissional para prevenção e intervenção em situações de violência e vulnerabilidade.

Published

2019-07-05

Issue

Section

Articles