A recoabitação dos filhos e netos na perspectiva de idosas chefes de família

Authors

  • Ubiracelma Carneiro da Cunha Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)
  • Cristina Maria de Souza Brito Dias Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)

DOI:

https://doi.org/10.4013/ctc.2019.122.10

Abstract

O aumento significativo da população idosa no Brasil e no mundo vem ocasionando mudanças na estrutura e na dinâmica das famílias, como o crescimento de lares com três ou mais gerações corresidindo. Nesse contexto, este estudo objetivou compreender como idosas, que são avós e residem em lares multigeracionais, a partir da recoabitação por parte dos filhos, vivenciam e percebem essa situação. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa da qual participaram nove idosas que responderam a um questionário sociodemográfico e a uma entrevista semiestruturada. A entrevista foi gravada, transcrita e, posteriormente, analisada segundo a técnica de análise de conteúdo temática. Os resultados apontaram que o principal motivo da recoabitação foi a separação ou divórcio dos filhos; a maioria das idosas nutria um sentimento de satisfação e conformidade com a recoabitação, devido à ideia de que a mãe deve sempre acolher seus filhos e netos; a recoabitação ocasionou mudanças, tanto na estrutura física da casa, como no dia a dia das idosas, com o acréscimo de afazeres domésticos e de compromissos no cuidado dos netos; a maioria das participantes se considerou a pessoa que estabelece as normas de funcionamento do lar. De maneira geral, notou-se a presença de sentimentos ambivalentes por parte dessas idosas, pois embora algumas se sentissem felizes com a companhia dos filhos e netos, outras demonstraram cansaço e mesmo revolta devido à sobrecarga de trabalho.

Palavras-chave: idosas; relação entre gerações; lares multigeracionais.

 

Author Biographies

Ubiracelma Carneiro da Cunha, Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)

Doutoranda no Programa de Psicologia Clínica da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Mestre em Psicologia Clínica (UNICAP - 2018). Especialista em Clínica Psicossocial pela Faculdades Integradas da Vitória de Santo Antão (FAINTVISA - 2017). Bacharel em Psicologia pela FAINTVISA (2014.2). Experiência profissional na área social como psicóloga no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). Membro do Grupo de Pesquisa na Linha Família, Saúde e Interação Social (LAFAM/UNICAP). Membro efetivo do Núcleo de Estudo e Pesquisa sobre as Juventudes (NEPEJ/UNICAP). Áreas de interesse: idosos, relações intergeracionais, envelhecimento, família e lares multigeracionais.

Cristina Maria de Souza Brito Dias, Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)

Possui doutorado em Psicologia pela Universidade de Brasília (1995),mestrado em Psicologia também pela Universidade de Brasília (1983) e graduação em Psicologia pela Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP (1975). Possui especialização em Terapia familiar e de casal (1992 a 1994) e residência clínica na Clínica Pinel de Porto Alegre (1976 e 1977). É professora adjunto IV, aposentada, da Universidade Federal da Paraíba. Atualmente é professora adjunto IV da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) e coordenadora do Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica desta universidade. Tem experiência em pesquisa na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Clínica (Casal e Família) e Desenvolvimento Humano, atuando principalmente nos seguintes temas: família, relação avós-netos, relacionamento intergeracional, adoção e envelhecimento. É membro do grupo de pesquisa e linha de pesquisa Família, Gênero e Interação Social da UNICAP. Membro do grupo da ANPEPP Casal e Família: estudos psicossociais e psicoterapia.

Published

2019-07-05

Issue

Section

Articles