Embates ideológicos em torno da palavra “diálogo” durante a implementação da reorganização escolar de 2015
Resumen
Segundo a perspectiva bakhtiniana do discurso, as palavras possuem dois modos concomitantes de existência na linguagem, um deles é o que permanece estável e reiterável, o qual chamamos de significação; o outro é único e irrepetível, denominado tema, o qual permite que haja embates entre diferentes vozes sociais demonstrando, assim, as ideologias que as operam. Tendo em vista esses conceitos desenvolvidos pelo Círculo de Bakhtin, analisaremos os discursos produzidos durante as ocupações dos secundaristas nas escolas públicas estaduais paulistas, no segundo semestre de 2015. Essas ocupações foram motivadas em resposta ao projeto de reorganização escolar proposto pelo governo estadual. Neste trabalho, cotejaremos dois discursos: o dos contrários à reorganização escolar, ou seja, os secundaristas, e o do governo, os proponentes da medida. Esses discursos fizeram emergir embates ideológicos em torno da palavra “diálogo” e é em torno dessa tensão que construiremos nossas reflexões. Para a análise do discurso dos secundaristas, utilizaremos como corpus o documentário “Acabou a paz: isto aqui vai virar o Chile” de Carlos Pronzato, e o discurso do governo analisado neste artigo corresponde aos enunciados produzidos pelo Governador Geraldo Alckmin, pelo então secretário da educação Herman Voorwald e por Fernando Padula, ex-chefe de gabinete da secretaria da educação, retirados de entrevistas concedidas a diferentes corporações midiáticas. A análise, elaborada com o suporte teórico bakhtiniano, fez emergir os diferentes sentidos relacionados às diferentes vozes sociais que a palavra diálogo assumiu durante o período estudado.
Palavras-chave: diálogo, vozes sociais e ideologia, círculo de Bakhtin, reorganização escolar.
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