O registro do hífen na aquisição da escrita

Autores

  • Cristiane Carneiro Capristano Universidade Estadual de Maringá
  • Viviane Favaro Notari Universidade Estadual de Maringá

Resumo

Com o objetivo de investigar como crianças usam o hífen em seus enunciados escritos, no presente artigo, são analisadas, quantitativa e qualitativamente, ocorrências convencionais e não convencionais desse sinal gráfico presentes em 421 enunciados escritos, elaborados por 38 crianças da (antiga) quarta série do ensino fundamental, atual quinto ano. Os resultados quantitativos e qualitativos sinalizam, dentre outros fatos, que as crianças, nessa etapa ainda inicial da aquisição da escrita, parecem não ter grandes dificuldades para registrar de forma convencional esse sinal, já que parte significativa dos dados analisados respeita as normas ortográficas para o registro do hífen. Esses resultados permitiram observar, também, que, ao registrarem o hífen de forma convencional e, sobretudo, de forma não convencional, as crianças deixam pistas de que são afetadas, ora por sua circulação por práticas orais, ora por sua circulação por práticas letradas. Essa constatação permite sustentar que a atualização particular que as crianças fazem do hífen em seus enunciados escritos seria efeito da imagem que possivelmente constroem sobre esse sinal gráfico a partir da complexa inserção delas em diferentes práticas sócio-históricas, não apenas aquelas agenciadas pela escola, e, nesse sentido, indiciaria saberes que se dão a ler/ver para essas crianças na opacidade da escrita com a qual entram em contato nessas práticas.

Palavras-chave: aquisição da escrita, letramento, ortografia.

Biografia do Autor

Cristiane Carneiro Capristano, Universidade Estadual de Maringá

Doutora em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Mestre em Estudos Linguísticos pela Universidade Estadual Paulista ?Júlio de Mesquita Filho? (UNESP). Ensino, pesquisas e publicações na área de ensino-aprendizagem de língua materna, com ênfase em: leitura, aquisição da escrita e letramento, prática de produção textual e prática de leitura em Língua Portuguesa. Atualmente, é professora (Graduação e Pós-Graduação) da Universidade Estadual de Maringá (PR) e líder do Grupo de Pesquisa (CNPq) "Estudos sobre a aquisição da escrita".

Viviane Favaro Notari, Universidade Estadual de Maringá

Mestranda em Estudos Linguísticos, na linha de pesquisa ensino e aprendizagem de línguas, no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Pós-graduada em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa pelo Centro Universitário Cesumar (UNICESUMAR). Graduada em Letras-Português pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Pesquisas e publicações na área de ensino-aprendizagem de língua materna, com ênfase para aquisição da escrita e letramento. Atualmente, é bolsista CAPES-DS e membro do Grupo de Pesquisa (CNPq) Estudos sobre a aquisição da escrita.

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Publicado

2017-05-03

Como Citar

Capristano, C. C., & Notari, V. F. (2017). O registro do hífen na aquisição da escrita. Calidoscópio, 15(1), 81–93. Recuperado de https://www.revistas.unisinos.br/index.php/calidoscopio/article/view/cld.2017.151.07

Edição

Seção

Artigos