Esboço de uma estratégia empresarial de orientar Professores: Produção e Consumo do <i>Cavalo Morto</i> para a Educação

Autores

  • Rosa Maria da Silva Medeiros Instituição Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte - IFRN (Campus Caicó)
  • Maria Angélica de Oliveira É professora associada da Unidade Acadêmica de Letras da UFCG, onde atua como docente na graduação em Letras e no Programa de Pós-graduação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
  • Denise Lino de Araújo É professora associada da Unidade Acadêmica de Letras da UFCG, onde atua como docente na graduação em Letras e no Programa de Pós-graduação em Linguagem e Ensino.

Resumo

Propomo-nos, sob a luz de teorizações foucaultianas e da noção de Produção e Consumo de objetos escritos, legada por Certeau, e de contribuições de Chartier, analisar aspectos linguístico-discursivos da lição Cavalo Morto (CM), veiculada por um programa de iniciativa público-privada (SGI - Sistema de Gestão Integrado). Objetivamos identificar a representação de leitor pressuposta na lição, a fi m de traçar o perfil identitário de Professor construído por esse objeto; e analisar dispositivos composicionais e discursivos das respostas de duas gestoras participantes do curso do SGI, em Campina Grande – PB, com a finalidade de confrontar gestos interpretativos da atividade leitora com a representação de leitor da lição. Constatamos que a lição CM se configura como um instrumento de governamentalidade cujas estratégias discursivas visam implementar ‘nova’ conduta nos Educadores, com o pressuposto de levá-los à prometida qualidade da Educação. Essa nova conduta implica uma vontade de verdade sobre a Educação como servil e o empresariado como proeminente. A subserviência da Educação se materializa pela permissividade ao lidar com a interferência do outro na área. E a proeminência do empresariado, pela altivez com que se apropria da ‘tarefa’ de direcionar a melhoria da Educação e de (des)qualificar Educadores. Esse artigo alude a problemáticas que são recorrentemente discutidas na área de política educacional, no entanto precisam ter ressonância entre o professorado independente do nível de ensino e da especialidade profissional. Tratou-se de Educação, fossem problemáticas, fossem sugestões político-educacionais ou teórico-metodológicas, o contexto deveria acionar uma identificação em todos os profissionais da área para ratificar, problematizar ou para contestá-las. Parece-nos que há ainda, entre nós, Professores, Educadores, uma tal dispersão que possibilita ‘outros’ (des)dizer e (des)fazer da área educacional, sem um mínimo zelo científico.

Palavras-chave: perfil identitário de professor, vontades de verdade e perspectiva empresarial na Educação.

Biografia do Autor

Rosa Maria da Silva Medeiros, Instituição Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte - IFRN (Campus Caicó)

Possui graduação em Licenciatura Plena Em Letras pela Universidade Federal de Campina Grande (2005) e mestrado em Linguagem e Ensino pela Universidade Federal de Campina Grande (2008). Atualmente é doutoranda pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e professora de Língua Portuguesa do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN/Campus Caicó). Tem experiência na área de Linguística Aplicada e Análise do Discurso, com ênfase em Ensino e Aprendizagem de Língua Materna e Formação de Professor, atuando principalmente nos seguintes temas: Ensino de língua portuguesa, Gramática, Literatura e Ensino, Análise do discurso de linha francesa e Prática Pedagógica.

Maria Angélica de Oliveira, É professora associada da Unidade Acadêmica de Letras da UFCG, onde atua como docente na graduação em Letras e no Programa de Pós-graduação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

possui graduação em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (1997) , especialização em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (1998) , mestrado em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (2001) e doutorado em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (2005) . Atualmente é é professora associada da Unidade Acadêmica de Letras da UFCG, onde atua como docente na graduação em Letras e no Programa de Pós-graduação em Linguagem e Ensino. Revisor de periódico da Revista Letras Raras, Revisor de periódico da Revista Leia Escola, Revisor de periódico da Revista Saúde e Ciência e da Universidade Federal de Campina Grande. Tem experiência na área de Letras , com ênfase em Língua Portuguesa. Atuando principalmente nos seguintes temas: Fábula, Interdiscursividade, Leitura, língua falada.

Denise Lino de Araújo, É professora associada da Unidade Acadêmica de Letras da UFCG, onde atua como docente na graduação em Letras e no Programa de Pós-graduação em Linguagem e Ensino.

Denise Lino de Araújo tem formação em Linguística Aplicada, numa vertente &quot;mestiça e indisciplinar&quot;, construída nos pós-doutorado em Educação, feito no GECC FAE/UFMG; no Doutorado em Educação, USP 2004; no Mestrado em LA, pela Unicamp, em 1995; na Especialização em LA pela PUC MG, em 1993, e na graduação em Letras/Português, pela UFPB em 1991. Seus trabalhos de ensino, pesquisa e extensão têm como foco o ensino de português como língua materna, em especial no Ensino Médio, os letramentos múltiplos na escola e a formação de professores de Português. Suas pesquisas, atualmente, focalizam objetos de ensino, formação de professores e o ENEM, no âmbito das quais orienta pesquisas de mestrado e doutorado. Ex-tutora do PET LETRAS UFCG.

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Publicado

2015-04-20

Como Citar

Medeiros, R. M. da S., Oliveira, M. A. de, & Araújo, D. L. de. (2015). Esboço de uma estratégia empresarial de orientar Professores: Produção e Consumo do <i>Cavalo Morto</i> para a Educação. Calidoscópio, 13(1), 68–82. Recuperado de https://www.revistas.unisinos.br/index.php/calidoscopio/article/view/cld.2015.131.07

Edição

Seção

Artigos