Favela – lugar para se visitar ou evitar? As contradições na mídia sobre o turismo em favelas no Rio de Janeiro

Autores

  • Mariana Alves Madureira Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Elizabeth Oliveira Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Marta de Azevedo Irving Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Frederico Tavares Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.4013/ver.2018.32.81.01

Resumo

O turismo em favelas tem suscitado inúmeras controvérsias na academia, no trade turístico e, também, na cobertura jornalística. Considerando a importância da mídia na difusão da imagem veiculada sobre essas localidades e sobre o próprio turismo ali desenvolvido, este artigo foi construído com o objetivo de interpretar como a mídia digital decodifica e dissemina as informações sobre o turismo em favelas no Rio de Janeiro. Para tanto foi escolhido como recorte temporal os Jogos Olímpicos Rio 2016, período de grande visibilidade para a cidade. Para o desenvolvimento das análises, a noção de dispositivo, concebida por Foucault e desenvolvida por Deleuze, por meio da proposta de “geografia filosófica”, constituiu a lente teórica da interpretação. Com base nessa inspiração teórica e, por meio da leitura crítica de 49 publicações, difundidas por 33 mídias digitais, foi possível perceber que o discurso jornalístico sobre o turismo em favelas é polêmico e, também, contraditório. Para além do recorte temático proposto – o turismo em favelas – emergiu dessa análise o enunciado sobre o lugar favela, de forma mais ampla, evidenciando o forte estigma ainda vinculado a esses espaços na interpretação da mídia, mesmo no contexto favorável vivido pela cidade nesse período.

Palavras-chave: favela, turismo, mídia, dispositivo.

Biografia do Autor

Mariana Alves Madureira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutoranda em Psiciosociologia de Comunidades e Ecologia Social (IP-UFRJ), mestre em História e Fundamentos Sociais da Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP), especialista em Planejamento Ambiental Urbano (PUC-MG) e bacharel em Turismo (UFMG).

Elizabeth Oliveira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora colaboradora do Programa EICOS-UFRJ. Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (PPED-UFRJ). Mestre em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social pelo Programa (EICOS-UFRJ). Especialista em Gestão Ambiental pela Escola Politécnica da UFRJ. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela UFRN.

Marta de Azevedo Irving, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora titular da UFRJ, coordenadora dos Grupo de Pesquisa em Governança, Ambiente, Políticas Públicas, Inclusão Social e Sustentabilidade (GAPIS) e Núcleo Sinergia – Subjetividades, Turismo, Natureza e Cultura.

Frederico Tavares, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professor titular da UFRJ, Pós-doutor em Psicossociologia (UFRJ), Doutor em Psicossociologia (UFRJ), Mestre em Administração de Empresas (Instituto Metodista Bennett) e Bacharel em Comunicação Social (Faculdades Integradas Hélio Alonso).

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Publicado

2018-11-30

Edição

v. 32 n. 81 (2018)

Seção

Artigos

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