Crime, religião e consumo: representações sociais da juventude entre o conflito e a espiritualidade no rap

Autores

  • Dinaldo Almendra Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro-PR)

DOI:

https://doi.org/10.4013/ver.2013.27.66.08

Resumo

Este artigo problematiza as representações sociais do crime, da espiritualidade e do consumo construídas pela juventude periférica urbana. Para isso, toma como corpus empírico narrativas de rap que repercutem as tensões e, também, as conexões de sentido existentes no discurso político e no discurso espiritual da cultura hip hop, num contexto em que o dinheiro é uma força que redefine as compreensões do crime, da religião e do consumo. As letras de rap selecionadas são de grupos e artistas indicados ao Prêmio Hutúz 2009, que premiou os melhores rappers brasileiros da década passada. As letras de rap são abordadas à luz da análise de discurso com o objetivo de conhecer os sentidos, os valores e as crenças construídos e compartilhados coletivamente pela juventude pobre urbana como representações sociais estruturantes das suas vidas sociais e, por isso, orientadoras das condutas. Como resultado, esta análise traz um fenômeno recente: o jogo de aproximações e de tensões entre o mundo do rap e o mundo funk no interior do próprio público periférico, fruto da expansão e da presença deste último gênero (o funk “ostentação”, isto é, de exaltação do consumo) nas periferias onde antes predominava a militância hip hop.

Palavras-chave: rap, conflito, juventude.

Biografia do Autor

Dinaldo Almendra, Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro-PR)

Doutorando em Sociologia pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ). Mestre em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Trabalha na interseção dos campos da Sociologia e da Comunicação (Sociologia/Antropologia da Comunicação), e desenvolve pesquisas e estudos sobre representações sociais e midiáticas das cidades e das margens urbanas (favelas e periferias em seus diversos modos de interação social, cultural e política com a cidade, a sociabilidade urbana). É professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Estadual do Centro-Oeste (DECS-UNICENTRO), e pesquisador do Núcleo de Estudos sobre Comunicação e Conflitos Sociais (NECCS-UNICENTRO). Também é pesquisador do Coletivo de Estudos sobre Violência e Sociabilidade (CEVIS-IESP/UERJ) e do Centro de Estudos em Segurança Pública e Direitos Humanos da Universidade Federal do Paraná (CESPDH-UFPR). É autor do livro “Os mistérios do Carandiru: cárcere, massacre e cultura de massas” (Luminária, 2011)

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Publicado

2013-11-22

Edição

Seção

Artigos