Encontro da política com o trabalho: um estudo psicossocial sobre autogestão a partir da experiência das cooperadas da Univens
DOI:
https://doi.org/10.4013/otra.2013.712.03Resumo
Este artigo apresenta uma pesquisa de mestrado em Psicologia Social (IP-USP). O objetivo do estudo foi identificar as principais repercussões psicossociais da experiência de autogestão de uma cooperativa de costura de Porto Alegre (RS), a Univens. Buscou-se compreender como a vivência de relações autogestionárias de trabalho afeta as vidas sociais de seus sujeitos, tanto no plano do trabalho quanto no âmbito das relações familiares, comunitárias e citadinas. Estudo de caso, de cunho etnográfico, teve como ferramentas observações e entrevistas semiestruturadas prolongadas, e como apoios teóricos, as obras de Simone Weil e de Hannah Arendt. Entre outros achados, identificou-se que a experiência política vivida por cooperadas no Orçamento Participativo local representou a principal fonte simbólica da cooperativa, tendo inspirado parte de seus princípios, como o caráter igualitário das relações e a gestão democrática e participativa. Concluiu-se que a experiência política propiciou a experiência econômica neste caso. O direito ao trabalho, o pertencimento ao grupo da cooperativa e o enraizamento como sujeitos nos espaços da Vila e do trabalho representaram as principais repercussões destas experiências, chamadas aqui de permanências, na medida em que compuseram um campo estável de referências para essas trabalhadoras, capaz de salvaguardar a manutenção da vida familiar e o poder de intervenção de suas ações políticas cotidianas. Ainda como conclusões, a pesquisa apresentou a empreendipossibilidade de projetar e realizar ações políticas em horizontes mais amplos como uma repercussão de segundo grau destas permanências e, por conseguinte, desta experiência de autogestão, para seus sujeitos.
Palavras-chave: psicologia social, trabalho, política, autogestão, economia solidária.
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