Quantas espécies de plantas vasculares existem em um hotspot local de biodiversidade no sudeste do Brasil?
DOI:
https://doi.org/10.4013/nbc.2013.83.03Resumo
Informação científica sobre a distribuição de riqueza e diversidade de espécies é necessária para a compreensão plena da nossa herança evolutiva formando uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento de estratégias de conservação de natureza. O objetivo deste trabalho constituiu-se em estimar a riqueza de plantas vasculares nos campos rupestres do Parque Estadual do Itacolomi (PEI) para justificar a sua classificação como um hotspot local de biodiversidade e para delinear o status quo do conhecimento sobre a biodiversidade na região. Para isso, o número de espécies encontradas em dois levantamentos fitossociológicos de 0,15 ha cada foi extrapolado usando (a) a relação espécie-área ajustada pelo modelo de potência e pelo modelo logarítmico bem como (b) o modelo de relação de táxons. O modelo de relação de táxons estimou a riqueza total para 1.109 espécies usando sete diferentes táxons. Extrapolações de diferentes modelos da relação espécie-área estimaram a riqueza total dos campos rupestres do parque para valores entre 241 e 386 (modelo logarítmico) e 3346 e 10421 (modelo de potência). As extrapolações da relação espécie-área foram muito além do real: o modelo logarítmico subestimou a riqueza de espécies do parque, porque há mais de 520 espécies de plantas vasculares registradas para o parque. Por outro lado, não é plausível que um quarto ou mais das espécies registradas no Bioma Mata Atlântica ocorra no PEI como a extrapolação do modelo de potência indicou. A estimativa mais realista foi alcançada pelo modelo de relação dos táxons. Embora os intervalos de confiança sejam grandes, a riqueza de espécies estimada por esse método justificou a classificação do PEI como um hotspot local de biodiversidade. A riqueza estimada de espécies também destacou a falta de conhecimento sobre a biodiversidade da região e a necessidade urgente de mais pesquisas taxonômicas e ecológicas.
Palavras-chave: campos rupestres, relação espécie-área, relações táxon, Serra do Espinhaço.
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