O papel da arquitetura das bromélias e fatores abióticos na ocupação por anuros
DOI:
https://doi.org/10.4013/nbc.2013.82.04Resumo
Bromélias são excelentes modelos para estudo de estrutura de comunidades biológicas, já que sua complexidade estrutural simula ambientes altamente heterogêneos. Este trabalho investigou o efeito da complexidade estrutural de bromélias terrícolas, como sítio de refúgio, e das variáveis macro-espaciais na abundância de anuros na Caatinga. O estudo foi realizado no município de Paulo Afonso, Estado da Bahia, Nordeste do Brasil, onde foram selecionados dois sítios que apresentaram alta abundância de bromélias da espécie Aechmea aquilega. Os sítios foram visitados duas vezes ao mês, totalizando 15 visitas. A investigação da presença e da abundância de anuros no interior dos vegetais se deu por meio de busca visual. Bromélias com anuros em seu interior tiveram registradas sua altura, seu número de folhas e sua temperatura interna (variáveis intrínsecas), além de temperatura do ar, umidade do ar e precipitação (variáveis extrínsecas). Análise dos Componentes Principais e modelo de Regressão Múltipla foram utilizados para identificar a influência destas variáveis na abundância de anuros no interior dos vegetais. Foram encontrados 147 anuros distribuídos entre as famílias Bufonidae e Hylidae, com média de 1,3 indivíduos por bromélia e 9,8 indivíduos por visita. Temperaturas internas das bromélias mostraram-se 1,6ºC mais baixas que as temperaturas do ar, no entanto, as variáveis intrínsecas e extrínsecas não tiveram efeito na abundância de anuros. Anuros utilizaram predominantemente bromélias grandes, com 78,2% dos indivíduos utilizando bromélias acima de 60 cm de altura. Os resultados sugerem que os fatores bióticos e abióticos investigados não apresentam influência significativa no uso de bromélias pelos anuros. Estudos adicionais que abordem outros aspectos da complexidade estrutural das bromélias e fatores ambientais são necessários para melhor compreensão do uso dessas plantas por anuros na Caatinga.
Palavras-chave: anfíbios, estrutura de comunidade, sítio de refúgio, semiárido, variá veis intrínsecas e extrínsecas, estresse hídrico.
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