Mordida fatal de puma (Carnivora, Felidae) interpretado por fraturas no crânio da presa
DOI:
https://doi.org/10.4013/nbc.2013.81.08Resumo
O comportamento de mordida do puma no momento de matar sua presa é mencionado na literatura como sendo na garganta, na nuca ou na base do crânio. Descrições anatômicas deste fenômeno são, entretanto, praticamente ausentes da literatura. Neste artigo o comportamento de ataque e mordida ao atacar um cateto é descrito baseado nas perfurações encontradas em um crânio da presa. Um observador da luta puma-cateto poderia facilmente concluir tratar-se de uma mordida dirigida à garganta da presa, com a intenção de sufocamento, quando na realidade a mordida atingiu e danificou a parte posterior e ventral do crânio e a medula espinhal. De acordo com a hipótese mais provável derivada do encaixe de um crânio de puma com o do cateto abatido, o predador abraçou a presa por trás com as patas dianteiras, mordendo na região alta da garganta. No momento do ataque, o cateto teria erguido sua cabeça para trás expondo a região da garganta, o que possivelmente permitiu aos caninos superiores alcançarem e danificarem a região do osso occipital e a bula timpânica. Apesar de não haverem marcas comprovatórias de danos na coluna vertebral, as evidências do encaixe mostram que a penetração dos caninos superiores no crânio permite que os incisivos superiores encostem exatamente na espinha dorsal na junção da vértebra atlas com o côndilo occipital. Os caninos inferiores seguravam a parte superior do crânio do cateto, perfurando ligeiramente o processo pós-orbital. O comportamento incomum de morder o crânio ventralmente talvez possa ser em parte explicado pela presença da crista nucal, estendida em catetos, impedindo que a medula espinhal possa ser alcançada dorsalmente pelo predador.
Palavras-chave: comportamento de ataque, Pecari tajacu, predação, Puma concolor.
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