Impacto do javali europeu, Sus scrofa, em um fragmento da Mata Atlântica brasileira
DOI:
https://doi.org/10.4013/nbc.2013.81.03Resumo
O javali europeu (Sus scrofa Linnaeus, 1758) foi introduzido na América do Sul a partir da Europa há mais de 100 anos com fins comerciais, mas tornou-se feral e vem causando impactos ambientais. Uma das áreas invadidas pelo javali na Mata Atlântica é a Estação Ecológica de Aracuri (EEA), Rio Grande do Sul, Brasil. Este trabalho teve por objetivo avaliar o impacto causado pelo javali europeu sobre a vegetação da EEA, descrevendo os ambientes preferidos, a área e a biomassa impactada. Foram amostrados 1.521 pontos por toda a área da UC, em 10 fitofisionomias. Destes pontos amostrados, 246 (16,2%) possuíam evidências da presença do javali (manchas de vegetação e solo impactadas) nas fitofisionomias de banhado, capoeira e mata. Não foram encontradas manchas impactadas na fitofisionomia de vassoural (Baccharis sp.). O tamanho médio das manchas impactadas foi de 308 ± 54 m2, com grande variação (0,1 a 5.670 m2) dentro e entre fitofisionomias, mas com a mata mais conservada com a maior média de tamanho de manchas (781 m2). Estimamos que o javali impactou 56.186 kg de biomassa seca nos pontos amostrados, sendo que as matas representaram cerca de 94% da biomassa impactada e apenas as duas matas mais conservadas representaram cerca de 82%. Os javalis possuem forte preferência por matas em relação a outros ambientes, alterando a vegetação rasteira e a camada superficial do solo do fragmento florestal. O potencial de impacto negativo do javali sobre a fauna e a flora nativa destes fragmentos florestais é grande e necessita ser melhor estudado.
Palavras-chave: espécies invasoras, fauna exótica, impacto ambiental.
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