Efeitos da criação de um reservatório de usina hidrelétrica em comunidades de pequenos mamíferos no Brasil central

Autores

  • Marcelo Passamani Departmento de Biologia, Setor de Ecologia, Universidade Federal de Lavras – UFLA, Lavras, MG, 37200-000, Brazil
  • Ricardo Augusto Serpa Cerboncini Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação, Universidade Federal do Paraná – UFPR, Curitiba, PR, Brazil

DOI:

https://doi.org/10.4013/nbc.2013.81.02

Resumo

Usinas hidrelétricas são propostas como uma solução à crescente demanda de energia em países em desenvolvimento. No entanto, os reservatórios interrompem o fluxo dos rios, emitem gases do efeito estufa, e causam perda e fragmentação de habitat. Neste estudo nós avaliamos as mudanças na diversidade de pequenos mamíferos durante a construção da usina hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães, no Brasil central. Duas áreas localizadas acima do enchimento máximo do reservatório foram amostradas antes (2001) e depois (2002) da inundação. Armadilhas de arame galvanizado e do tipo sherman foram utilizadas com um esforço total de captura de 5.940 armadilhas-noites. Foram capturados 88 indivíduos de 13 espécies (cinco marsupiais e sete roedores). Era esperado um aumento na abundância de pequenos mamíferos logo após o enchimento do reservatório, devido à fuga de indivíduos das áreas sendo inundadas, com o posterior aumento de mortalidade dependente de densidade. Entretanto, os resultados indicaram menores valores de abundância e/ou riqueza de pequenos mamíferos após o enchimento do reservatório. Adicionalmente, as armadilhas foram frequentemente encontradas tombadas e com vestígios de ataques de predadores potenciais de pequenos mamíferos. Assim, os resultados sugerem que a pressão de predação provavelmente aumentou após a inundação, resultando na redução da abundância e/ou riqueza de pequenos mamíferos.

Palavras-chave: reservatório, sustentabilidade, inundação, marsupiais, roedores, Cerrado.

Biografia do Autor

Marcelo Passamani, Departmento de Biologia, Setor de Ecologia, Universidade Federal de Lavras – UFLA, Lavras, MG, 37200-000, Brazil

Ricardo Augusto Serpa Cerboncini, Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação, Universidade Federal do Paraná – UFPR, Curitiba, PR, Brazil

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Publicado

2013-01-21

Edição

Seção

Artigos