Fatores influentes sobre atropelamentos de vertebrados na região central do Rio Grande do Sul, Brasil

Autores

  • Gilson de Souza Santana Universidade Federal de Santa Maria

DOI:

https://doi.org/10.4013/nbc.2012.71.05

Resumo

A perda de habitats ou sua fragmentação e a diminuição da conectividade entre ambientes são aspectos comuns em regiões com rodovias. Esses impactos têm estreita ligação com atropelamentos de vertebrados silvestres. O presente estudo visou identificar e quantificar os fatores que influenciam direta e indiretamente esses acidentes. Monitoraram-se quatro trechos (Norte, Sul, Leste e Oeste) de 100 km das rodovias BR 158, 287, 392 e RST 241, através de um percurso por semana em trecho diferente a cada viagem, totalizando 48, no período de dezembro 2008 a dezembro 2009. O ponto inicial dos percursos foi a periferia da cidade de Santa Maria-RS, km zero do percurso, e o retorno pela mesma BR ocorreu depois de percorridos 100 km na rodovia. Foram registrados 829 indivíduos atropelados, pertencentes a quatro classes, 43 famílias e 83 espécies. O percentual de atropelamentos de mamíferos foi de 51,6%, de aves 31,9%, répteis 11,7% e de anfíbios 4,7%. O esforço amostral de 9600 km resultou na média de 0,086 animal atropelado/km. Os vertebrados mais atropelados foram: na classe dos mamíferos, o gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris), com 135 registros; em répteis, o lagarto-teiú (Tupinambis merianae), com 42 registros; em aves, a avoante (Zenaida auriculata), com 39 registros; e em anfíbios, o sapo cururu (Rhinella icterica), com 20 animais. Os eventos tiveram influência da sazonalidade, do tipo de matriz do entorno ao acidente, da pluviosidade e da temperatura. Não foram identificadas medidas mitigatórias eficientes nas pistas. Sugeriu-se a instalação de meios para a transposição das rodovias pela fauna em áreas críticas identificadas. Entretanto, são necessários mais estudos, a fim  e identificar características específicas das rodovias e das espécies presentes na região. 

Palavras-chave: animais silvestres, tráfego rodoviário, atropelamentos.

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Publicado

2012-04-30

Edição

Seção

Artigos