Caracterização físico-química de solos quartzíticos degradados e áreas adjacentes de campo rupestre na Serra do Cipó, MG, Brasil

Autores

  • Daniel Negreiros Universidade Federal de Minas Gerais
  • Geraldo Wilson Fernandes Universidade Federal de Minas Gerais
  • Ricardo Luis Louro Berbara Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
  • Luiz Henrique Orsini Rodarte Universidade Federal de Minas Gerais
  • Newton Pimentel de Ulhôa Barbosa Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.4013/nbc.2011.63.02

Resumo

Apesar de obras rodoviárias serem importante fonte de degradação de solos e paisagens, existem poucos estudos de restauração destes ambientes. Processos erosivos causados por estas ações acabam por comprometer a regeneração natural e a capacidade do solo em armazenar carbono e água, bem como sua resiliência frente a precipitações intensas. O impacto sobre a segurança de comunidades urbanas e sobreo ecoturismo é significativo. Além disso, a falta de conhecimento básico sobre solos e a qualidade de sua cobertura acaba por tornar limitante a qualidade de processosde recuperação. Este trabalho teve como objetivo a comparação das características físico-químicas dos solos das áreas degradadas pelas obras de implantação da rodovia MG-010 com os solos da vegetação preservada no entorno. Esta rodovia corta áreas de campo rupestre na Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira, adjacente ao Parque Nacional Serra do Cipó. Foram feitas análises físico-químicas em amostras de solo coletadas em seis áreas degradadas e suas respectivas áreas adjacentes preservadas. Os solos nas áreas degradadas diferiram significativamente das áreas adjacentes em quase todos os atributos químicos e físicos avaliados. Com exceção do pH e do teor de alumínio, as áreas degradadas mostraram-se significativamente menos férteis que as áreas adjacentes de campo rupestre. Não foi observado nenhum tipo de regeneração substancial da vegetação local mesmo após décadas de retirada do solo superficial, sugerindo que a qualidade física e química destes solos tenha sido o principal fator que impediu sua regeneração. Tal fato indica que os campos rupestres sejam ambientes extremamente frágeis e de baixa resiliência, demandando estratégias de restauração ecológica condizentes com suas peculiaridades bióticas e abióticas.

Palavras-chave: Cadeia do Espinhaço, conservação, fertilidade do solo, obras rodoviárias.

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Publicado

2012-01-23

Edição

Seção

Artigos