Etnoictiologia dos pescadores artesanais da praia de Guaibim, Valença (BA), Brasil

Autores

  • Mariana Clauzet
  • Milena Ramires
  • Alpina Begossi

Resumo

Esse estudo investiga o conhecimento dos pescadores da praia de Guaibim (Valença, BA) sobre espécies de peixes capturadas na região. Entrevistas abordando aspectos etnoecológicos e etnoictiológicos de 38 espécies de peixes foram realizadas em janeiro de 2005 com 34 pescadores maiores de 20 anos, que residem e pescam no local há, pelo menos, 20 anos. Os pescadores nomearam as 38 espécies com um total de 113 nomes populares monomiais ou “genéricos”, 38 binomiais ou “específicos” e formaram 11 diferentes grupos de peixes (etnofamílias), classificados como parentes ou primos. Os resultados mostram que os pescadores possuem um conhecimento detalhado sobre nomenclatura e classificação das espécies estudadas, bem como sobre a ecologia de peixes, descrevendo o hábitat, a dieta, o comportamento e as utilidades (para consumo e/ou venda) dessas espécies. Em muitos aspectos, o conhecimento ecológico local é semelhante ao conhecimento científico sobre ecologia e classificação das espécies. As diferenças detectadas, porém, podem agregar informações importantes à ictiologia se analisadas em detalhe, contribuindo para um manejo mais eficiente da pesca artesanal no Brasil.

Palavras-chave: Etnobiologia, etnoictiologia, pescadores artesanais, peixes marinhos, Mata Atlântica, Brasil.

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Publicado

2021-06-15

Edição

Seção

Artigos