Efeito da variação temporal e do tamanho de anfípodes herbívoros nos níveis de consumo de Sargassum filipendula (Phaeophyta, Fucales) e sua principal epífita, Hypnea musciformis

Autores

  • Giuliano Buzá Jacobucci
  • Fosca Pedini Pereira Leite

Resumo

O impacto de anfípodes herbívoros em uma comunidade de macroalgas não depende somente das espécies presentes. Dois fatores igualmente importantes são a abundância relativa e o consumo potencial de espécies herbívoras. O objetivo deste estudo foi determinar o papel da variação temporal e de tamanho de anfípodes herbívoros no consumo de Sargassum filipendula e sua principal alga epífita Hypnea musciformis. Coletas mensais de 15 frondes de S. filipendula foram realizadas entre junho de 2000 e maio 2001 na praia da Fortaleza, litoral norte do estado de São Paulo, Brasil, para avaliar a estrutura de tamanho de anfípodes herbívoros das famílias Hyalidae e Ampithoidae e a ocorrência de algas epifíticas associadas a S. filipendula. Anfípodes ampitoídeos e hialídeos foram identificados, separados em classes de tamanho e contados. Ensaios de consumo com escolha foram realizados para estimar as taxas de herbivoria de anfípodes de diferentes classes de tamanho em S. filipendula e Hypnea musciformis. Os anfípodes mostraram variação temporal na abundância e recrutamento em todos os períodos de amostragem. O consumo das algas variou entre espécies e tamanho dos anfípodes com uma tendência de aumento de consumo com o tamanho (de um valor médio diário de 0,143 g/fronde para Hyale nigra com 0,75 mm a 6,757 g/fronde para Cymadusa filosa com 4,0 mm). Conseqüentemente, as contribuições de cada espécie para a remoção das algas foi diferente ao longo do ano. Nossos resultados indicam que a herbivoria por anfípodes deve ser avaliada com elevada resolução taxonômica, considerando-se a contribuição individual das diferentes classes de tamanho.

Palavras-chave: Amphipoda, herbivoria, fital.

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Publicado

2021-06-15

Edição

Seção

Artigos