Diferenças edáficas e estruturais entre duas florestas estacionais no bioma Cerrado

Autores

  • Ricardo V. Kilca
  • Ivan Schiavini
  • Glein M. Araújo
  • Jeanine M. Felfili Fagg

DOI:

https://doi.org/10.4013/5128

Resumo

Os estudos comparativos entre as florestas estacionais semideciduais (FS) e deciduais (FD) no bioma Cerrado são raros. Para avaliar as diferenças quanto aos aspectos edáficos e estruturais desses dois tipos de florestas estacionais, foram escolhidos dois fragmentos que se localizam sobre neossolos litólicos nas encostas do vale do rio Araguari, oeste do estado de Minas Gerais. Os dois fragmentos se localizam muito próximos espacialmente e apresentam algumas condições ambientais semelhantes entre si. O componente arbóreo (>15 cm CAP) foi amostrado em 60 parcelas 20 x 10 m, os teores de nutrientes e a textura dos solos, determinados em amostras superficiais (0-20 cm); e a umidade do solo, em amostras sazonais em três profundidades (0-10 cm, 20-30 cm e 40-50 cm). Os resultados demonstraram que os solos das duas florestas diferiram significativamente quanto à capacidade de reter umidade no solo ao longo do ano e quanto à textura e teores dos elementos químicos no solo. Cada floresta apresentou um conjunto próprio de espécies edafoespecialistas, que influenciaram na composição, diversidade e dominância em cada sítio. As duas fitofisionomias diferiram pouco quanto à estrutura do componente arbóreo. Concluiu-se o estudo, ratificando que as duas florestas estacionais diferem entre si quanto a vários aspectos que se devem muito às condições edáficas de cada sítio. Confirmada essa tendência em ampla escala, os dois tipos de florestas estacionais não podem ser consideradas uma mesma fitofisionomia, o que normalmente ocorre, fato conclusivo que exige, portanto, elaboração de planos de conservação e manejo específicos.

Palavras-chave: florestas tropicais estacionais, floresta estacional semidecidual, floresta estacional decidual, Cerrado, Minas Gerais.

Downloads

Edição

Seção

Artigos