Escravidão e comunicação no mundo atlântico: em torno da “língua de Angola”, século XVII

Autores

  • Ivana Stolze Lima Fundação Casa de Rui Barbosa

Resumo

O artigo discute a dimensão da língua e da comunicação na história da escravidão e do tráfico de escravos africanos no mundo atlântico. O ponto de partida é a obra Arte da Língua de Angola, publicada em Lisboa em 1697, elaborada pelo padre jesuíta Pedro Dias, que viveu na Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, áreas de colonização portuguesa e de comunicação multilíngue, onde se incluía a língua de Angola, atualmente designada quimbundo. A obra será analisada como um produto e sinal de uma ampla arena de forças, discutida a partir de campos documentais produzidos por autoridades coloniais leigas e missionárias, e de referências historiográficas e teóricas, particularmente no campo do império colonial português e da história linguística. Além disso, a partir do cotejamento com outras obras de cunho linguístico e missionário, será configurada uma série importante, que envolveu o conhecimento e o domínio de línguas africanas durante o século XVII. Como principais conclusões, serão apresentadas analiticamente situações históricas e sociais que revelam, nos embates de comunicação entre os diferentes grupos envolvidos, tanto no Brasil como em Angola, formas distintas de circulação e uso do quimbundo no espaço atlântico.

Palavras-chave: história social das línguas no Brasil, mundo atlântico, escravidão africana, quimbundo.

Biografia do Autor

Ivana Stolze Lima, Fundação Casa de Rui Barbosa

Pesquisadora

Doutorado em História (2000)

Bolsista Produtividade Cnpq PQ 2

 

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Publicado

2017-01-30

Edição

Seção

Artigos