Estado autoritário, sociedade civil e aspectos sobre a emergência de Movimentos Indígenas
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar as relações entre Estado Autoritário e Sociedade Civil no Brasil, tendo como pano de fundo os indígenas e as sempre tensas questões que permeiam as posições e imposições relativas aos mesmos; especialmente no que tange às legislações indigenistas e aos olhares da sociedade mais ampla quanto aos direitos destes povos; além da atuação da Sociedade Civil organizada, durante o período de sistematização e emergência do Movimento Indígena no Brasil, no sentido de garantir estes direitos a partir de políticas efetivamente comprometidas. A hipótese central debruça-se sobre a assertiva de que as políticas indigenistas no Brasil apresentaram sempre um caráter autoritário, com vistas a atender aos interesses de setores outros diversos, e não propriamente os dos indígenas. A Ditadura Militar (1964-1985) notabiliza-se apenas por ser um momento no qual esta prática se torna mais evidente. Para tanto, foram utilizadas, entre outras, fontes históricas de diferentes matizes, com ênfase em dossiês relativos à temática indígena, produzidos durante o referido Regime, e obtidos junto ao Arquivo Nacional (Coordenação Regional de Brasília-DF). Ressaltam-se as contradições da política indigenista oficial, diante da ascendência do Movimento Indígena, permeada por ideologias pautadas nas noções de Segurança Nacional, assimilação e integração das populações indígenas à sociedade mais ampla. Por fim, é notória a presença de uma cultura política autoritária ao logo do processo de criação e formação do Movimento Indígena no Brasil, o que dificultou a sua sustentabilidade e ampliou a sua necessidade de continuar a luta por reconhecimento.
Palavras-chave: Movimento Indígena. Estado Autoritário. Sociedade Civil. Políticas Indigenistas. Legislação.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Concedo a Revista História Unisinos o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.
Também aceito submeter o trabalho às normas de publicação da Revista História Unisinos acima explicitadas.