Para além da partilha: divisão e manutenção de famílias escravas (Minas Gerais, século XIX)

Autores

  • Jonis Freire Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO/ Niterói)

Resumo

Neste artigo pretendemos analisar as possibilidades de manutenção da família escrava em três grandes propriedades escravistas da Vila de Santo Antonio do Paraibuna, importante município cafeeiro, localizado na Zona da Mata Mineira – Minas Gerais,
durante o século XIX. A divisão dos bens de um proprietário foi, sem dúvida, um dos momentos que mais causou expectativas e tensões para os escravos e suas famílias. A possibilidade de rompimento das relações familiares e de parentesco sempre presente chegava ao seu ápice no momento da morte de seus senhores. Além disso, o “fazer parte” de uma propriedade, pequena, média ou grande, podia influir não só nesta estabilidade, mas também no convívio dos membros da família escrava, e na consecução de relações de parentesco, fossem elas consanguíneas ou fictícias. O intercruzamento de fontes (inventários post-mortem, partilhas) permitiu acompanhar o destino dos escravos para além da
partilha dos bens e perceber se houve a divisão ou a manutenção das relações familiares
de algumas famílias escravas.


Palavras-chave: família escrava, partilha dos bens, estabilidade, divisão/manutenção.

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Publicado

2011-05-04

Edição

Seção

Dossiê: Escravidão e experiências atlânticas