A paroquialização como fenômeno geopolítico e estratégia biopolítica no processo de formação da República no Brasil
Resumo
O artigo tem o objetivo de compreender o processo geopolítico de constituição da República no Brasil a partir das tecnologias do poder pastoral, disciplinar e normalizador adotadas pela Igreja católica. Referenciado metodologicamente nos estudos de Michel Foucault sobre Segurança,Território, População, parte-se do pressuposto de que foi preciso reativar e redefinir o poder pastoral enquanto tecnologia de poder e atribuir à Igreja católica a tarefa de reorganizar a repartição espacial do território brasileiro como condição para a multiplicação dos dispositivos disciplinares na sociedade e para o controle normalizador da população e sua prevenção biossocial. São analisados documentos eclesiásticos, cartas pastorais, anuários e recenseamentos estatísticos e chega-se à conclusão de que, mais do que a criação de dioceses, a proliferação de paróquias constituiu-se como a mais eficaz maquinaria geopolítica dos primeiros tempos da República. A constituição destes territórios não dependia apenas da vontade da alta hierarquia eclesiástica, mas estava inserida na própria dinâmica do sistema político oligárquico da República que exigia amplas consultas às lideranças leigas locais e regionais.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Concedo a Revista História Unisinos o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.
Também aceito submeter o trabalho às normas de publicação da Revista História Unisinos acima explicitadas.