Aspectos tafonômicos e o Efeito Lilliput em discinoideos do Devoniano da Bacia do Paraná, Sub-bacia Apucarana, Brasil

Resumo

Os discinídeos são braquiópodes inarticulados, exclusivamente marinhos, epibentônicos, que utilizam o pedículo para fixação ao substrato. Eles têm distribuição estratigráfica do ?Ordoviciano ao Holoceno, mas foi no período Devoniano o clímax desse grupo. Possuem ampla distribuição geográfica e, no Brasil, são encontrados nas bacias do Paraná, Amazonas, Parnaíba e Parecis. Na Bacia do Paraná, os discinídeos são encontrados nas Formações Ponta Grossa e São Domingos. Três gêneros de discinídeos são encontrados nos estratos devonianos brasileiros (Orbiculoidea, Gigadiscina e Rugadiscina). Cinco espécies são reconhecidas para a Bacia do Paraná (Orbiculoidea baini, Orbiculoidea bodenbenderi, Orbiculoidea excentrica, Gigadiscina collis e Rugadiscina sp.). Em relação à tafonomia, os discinídeos podem ser encontrados isolados ou agrupados, como valvas completas e articuladas, ou valvas completas e desarticuladas e/ou valvas fragmentadas, e constituem assembleias em sucessões de shoreface a offshore. A análise da distribuição estratigráfica estabelece a família Discinidae entre o final do Praguiano e o início do Givetiano. Orbiculoidea baini e Orbiculoidea excentrica mostraram tamanhos fenotípicos reduzidos atribuídos ao Efeito Lilliput. Esse efeito resultou de uma crise biótica registrada pouco antes do colapso da fauna Malvinocáfrica, que causou uma extinção global, o Evento Ka?ák, na passagem Eifeliano-Givetiano.

Palavras-chave: Discinídeos, Efeito Lilliput, Devoniano, Evento Ka?ák, Tafonomia.