Operaísmo Digital: tecnologia, plataformas e circulação das lutas dos trabalhadores
DOI:
https://doi.org/10.4013/fem.2020.221.05Resumo
O uso das tecnologias digitais tornou-se parte essencial dos debates contemporâneos sobre como o trabalho está mudando, o futuro do trabalho e dos trabalhadores, incluindo as resistências e a organização. O operaísmo levantou muitas dessas questões no contexto da fábrica - particularmente por meio do Operaismo italiano - conectando a experiência do local de trabalho a uma luta mais ampla contra o capitalismo. No entanto, há muitas diferenças entre essas fábricas e os novos locais de trabalho digitais nos quais muitos trabalhadores se encontram hoje. Os métodos de pesquisa a partir dos trabalhadores e as teorias da composição de classes são um legado útil do Operaísmo, fornecendo ferramentas e uma perspectiva para compreender e intervir nas lutas dos trabalhadores hoje. No entanto, isso exige aprimoramento e atualização em um contexto digital. Neste artigo, discutimos os desafios e as oportunidades para um “operaísmo digital”, entendido como um método de pesquisa e organização. Usamos o estudo de caso do Uber para discutir como a tecnologia pode ser usada contra os trabalhadores e também reapropriada por eles de várias maneiras. Ao desenvolvermos uma análise da recomposição técnica, social e política que está ocorrendo na plataforma, vamos além das leituras deterministas da tecnologia para pensar as diferentes tecnologias a partir das relações sociais que estão surgindo. Em particular, chamamos a atenção para as novas formas pelas quais as lutas dos trabalhadores podem circular. Com isso, defendemos um “operaísmo digital” que desenvolva uma compreensão crítica de como o local de trabalho pode se tornar um local essencial para as lutas do socialismo digital/comunicacional.
Palavras-chave: operaísmo. socialismo a partir de baixo. Deliveroo. economia digital. socialismo digital.
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