O bem-estar gay e o dândi: diálogos entre performances, consumo e estereótipos no reality show Queer Eye
DOI:
https://doi.org/10.4013/fem.2019.213.07Resumo
Buscamos nesta investigação entender como as performances construídas no reality show Queer Eye, da Netflix, promovem o que classificamos como “bem-estar gay”. O fenômeno midiático é visível pela figura do dândi contemporâneo: estereótipo de homens gays que pelo consumo buscam afirmar-se enquanto sujeitos. Entendemos consumo enquanto expressões subjetivas, sociais, culturais e políticas, no contexto da movimentação do pink money, nicho de mercado direcionado ao público LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais/ Travestis, Intersexuais). Compreendemos também o papel da mídia no estabelecimento desse mercado, contribuindo igualmente com o fomento desse estereótipo na formação do “bem-estar gay”. A pesquisa se desenvolve pela análise do conteúdo veiculado nas duas temporadas disponíveis do reality show. Como eixo teórico utilizamos Judith Butler (2003) para tratar dos atos performativos relativos ao consumo, Michel Foucault (2018) e Eve Sedgwick (2007) para entender a homossexualidade inscrita nos discursos de poder, Muniz Sodré (2011) para abordar a mutação tecnológica das mídias como cenário propício para um tipo mais refinado de consumo, Grant McCracken (2007) e Daniel Miller (2007) para entendermos as relações de consumo em sua dimensão simbólica, além de Richard Dyer (1999) para debater os estereótipos veiculados no reality show. A partir da pesquisa foi possível perceber o pink money além da lógica de mercado, em que Queer Eye ao passo que dá visibilidade a temáticas da pauta LGBTI também posiciona estereótipos, considerando aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais dos sujeitos.
Palavras-chave: Consumo. Pink money. Queer Eye.
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