TICs, Raça, Mulheres e Territórios
o podcast Ondas da Resistência como ocupação das plataformas digitais em uma perspectiva interseccional
Resumo
O presente artigo busca analisar o podcast Ondas da Resistência, um programa com duas temporadas, produzido por mulheres negras, de Povos e Comunidades Tradicionais, frente à violação de diretos dos seus territórios por crimes socioambientais e pela pandemia de Covid-19, nos anos de 2020 e 2021. Este podcast é aqui reconhecido como uma iniciativa de comunicação comunitária, que identifica sua condição de produção em contextos de negação de direitos oriundos da interação do racismo, sexismo e consequências dos projetos de desenvolvimento predatório nos territórios, em uma mirada interseccional (Crenshaw, 2002; Akotirene, 2019) e elaborada no bojo das estratégias de reivindicação do direito ao território e à comunicação. A experiência vivida pelas mulheres negras, indígenas e tradicionais em seus territórios orientaram a concepção, produção e distribuição dos conteúdos de áudio. Princípios como o matricomunitário (Ribeiro, 2020), biointeração (Bispo, 2015), tecnologias ancestrais e territórios como espaço do vivido (Santos, 2001) foram acionados para construir alianças e planejar a ocupação das plataformas digitais, visando a constituição/retomada de territorialidades digitais (Bargas, 2018). Reconhecendo os limites dos modelos de negócio e infraestruturas das plataformas (Van Djick, 2013; Ejik et al., 2015; DeGryse2016; Intervozes, 2018), o Ondas da Resistência agiu nas fronteiras para construir alternativas de combate ao racismo e sexismo nos entrecruzamentos dos territórios digitais e ancestrais.
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