A estrutura argumentativa do descrédito na ciência

uma análise de mensagens de grupos bolsonaristas de Whatsapp na pandemia da COVID-19

Authors

  • Michele Goulart Massuchin Universidade Federal do Paraná
  • Camilla Quesada Tavares Universidade Federal do Maranhão
  • Isabele Batista Mitozo Universidade Federal do Maranhão
  • Viktor Henrique Carneiro de Souza Chagas Universidade Federal Fluminense (UFF)

DOI:

https://doi.org/10.4013/fem.2021.232.11

Abstract

O ponto de partida da discussão é a desinformação e busca-se compreender um ponto mais específico que diz respeito à construção de um discurso de descrédito na ciência que se dá a partir da geração de desconfiança em relação às instituições científicas, do descrédito explícito de seus atores e discursos, e da elaboração de falas anticientíficas. Desse modo, o artigo busca analisar que elementos constituem a estrutura argumentativa que fortalece o discurso de descrédito na ciência que está associado à pandemia da COVID-19. Para tanto, trabalha-se com uma amostra dos conteúdos que circularam em 2020 em grupos de WhatsApp de apoio ao atual presidente da República. A partir de palavras-chaves ligadas à pandemia, uma amostra de 908 mensagens foi categorizada a partir da análise de conteúdo com base em dois eixos: a estrutura discursiva e de comunicação. Dentre os principais resultados, evidencia-se a construção do descrédito a partir do uso de elementos que dão legitimidade às mensagens, tanto no que tange à estrutura de comunicação, principalmente com links de sites, como na estrutura discursiva, com o uso de referências médicas e da própria ciência.

 

Palavras-chave: descrédito na ciência, WhatsApp, pandemia de COVID-19.

Author Biographies

Michele Goulart Massuchin, Universidade Federal do Paraná

Professora dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) e Ciência Política
(PPGCP) e do Departamento de Comunicação da da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Doutora em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Vice-
coordenadora do Grupo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (CPOP).

Camilla Quesada Tavares, Universidade Federal do Maranhão

Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e do Curso de Comunicação
Social - Jornalismo da Universidade Federal do Maranhão (UFMA/Imperatriz). Doutora em
Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Coordenadora do grupo de
pesquisa Comunicação, Política e sociedade (COPS).

Isabele Batista Mitozo, Universidade Federal do Maranhão

Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e do Curso de Comunicação
Social - Jornalismo da Universidade Federal do Maranhão (UFMA/Imperatriz) e do Programa
de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da
Bahia. Doutora em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Realizou
pós-doutorado no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital. Integrante
do grupo de pesquisa Comunicação, Política e Sociedade (COPS).

Viktor Henrique Carneiro de Souza Chagas, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e do Departamento de Estudos
de Mídia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Doutor em História, Política e Bens
Culturais pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da
Fundação Getúlio Vargas (Cpdoc-FGV). Líder do Laboratório de Pesquisa em Comunicação,
Culturas Políticas e Economia da Colaboração (coLAB).

Published

2021-09-14