Interseccionalidade e política no Instagram

os discursos de candidatas lésbicas, bissexuais e trans nas eleições municipais de 2020

Autores

Resumo

Este trabalho apresenta os resultados de uma análise de perfis públicos de candidatas autoidentificadas como lésbicas, bissexuais e trans nas eleições municipais de 2020. Nosso objetivo, com base em uma perspectiva interseccional, é descrever e analisar algumas das características presentes nos discursos identitários dessas candidatas durante as campanhas. No Instagram, observamos 132 candidaturas, de 20 partidos políticos, em 21 estados brasileiros. A coleta de dados foi realizada entre 27 de setembro e 15 de novembro - período equivalente ao início da campanha eleitoral até o final do primeiro turno - e resultou em 3.385 publicações coletadas via CrowdTangle. Para analisar esses dados, utilizamos análise de conteúdo (AC). Os dados foram selecionados conforme a presença de elementos interseccionais, resultando em um corpus final de 359 publicações. Entre os resultados, destacamos: o Instagram é a principal plataforma utilizada, sobretudo por suas affordances; as candidaturas LBT são, com frequência, atravessadas por marcadores de classe, geração, religião e pertencimentos étnico-raciais; os marcadores de raça e identidade de gênero não são nomeados por mulheres brancas e cisgêneras; a representatividade é central nas candidaturas, muitas delas inéditas em suas cidades; e, por fim, há uma proliferação de identidades politicamente potentes buscando ocupar os espaços da política brasileira e utilizando plataformas digitais para tanto

Biografia do Autor

Carolina Bonoto, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGCOM/UFGRS), linha de Redes Sociais, Interações e Sociabilidades. Mestra em Comunicação Midiática pelo Programa de Pós Graduação em Comunicação na Universidade Federal de Santa Maria (POSCOM/UFSM). 

Fernanda Nascimento da Silva, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Doutora em Ciências Humanas, na área de Estudos de Gênero, com formação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestra em Comunicação Social e jornalista graduada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

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Publicado

2022-04-19

Edição

Seção

Dossiê