Modos de captura: tensionamentos provocados pela etnomatemática entre ciência de Estado e ciência menor
DOI:
https://doi.org/10.4013/edu.2013.173.3756Resumo
Este artigo tem por objetivo problematizar as relações de poder decorrentes dos modos de articulação propostos por alguns pesquisadores entre as diferentes racionalidades matemáticas e a matemática escolar. Para tanto, 11 enunciações do IV Congresso Brasileiro de Etnomatemática foram divididas em dois grupos e submetidas a um processo de análise, considerando-se as teorias de Wittgenstein, Foucault, Deleuze/Guattari. No primeiro grupo, constatamos que o “encontro” das “outras” matemáticas com a matemática escolar serviria para facilitar a aprendizagem e o desenvolvimento de conceitos pertinentes à matemática escolar, motivando a aprendizagem e dando significado à matemática escolar. No segundo grupo, encontramos uma condição que nos parece bem mais problemática e diz respeito à necessidade de um “exercício de tradução”, que teria como finalidade “qualificar e legitimar” as diferentes matemáticas através da possibilidade de transformá-las em conhecimento científico. Considerando-se essas duas operações de captura é que propomos o encontro das diferentes matemáticas – as “outras” matemáticas, a matemática escolar e a matemática acadêmica – desde a lógica do encontro de bandos, sem medo de riscos, que uma não imponha à outra a sua lógica. Contudo, para que esse encontro se efetive, é preciso que se considere a necessidade da matemática acadêmica e da matemática escolar se colocarem de maneira menos soberba em relação às outras matemáticas.
Palavras-chave: etnomatemática, ciência de Estado, ciência menor.
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