O custo político das desigualdades de gênero e a teoria do capital social
Resumo
As desigualdades sociais sobressaem hoje entre as principais preocupações em países como o Brasil e em outros da América Latina e do Caribe. Estudos e pesquisas confirmam a prevalência do fenômeno e as percepções do público de que a região figura entre as mais desiguais do mundo. Ao par disso, as desigualdades de gênero tornam-se prioridade na agenda normativa dos governos da região e entre agentes sociais e internacionais. A proposta deste artigo é refletir sobre o custo político dessas desigualdades, tendo em vista a sua intersecção com questões de raça, etnicidade e outras formas de discriminação. Seu objetivo é dimensionar aspectos econômicos, políticos, educacionais e de saúde que configuram a realidade de gênero. A idéia defendida é a de que a permanência desse fenômeno impede o desenvolvimento pleno de países e regiões, visto afetar ao conjunto de suas sociedades. Nesse marco, considera-se o conceito de capital social como alternativa teórica a projetos políticos concentrados em programas voltados à infra-estrutura e ao emprego, sem dar relevo às carências de suas populações ou à necessidade de investimentos combinados em políticas sociais e no empoderamento das mulheres. O assunto é situado teoricamente no âmbito dos estudos feministas e da ciência política. Com base em dados agregados por sexo/gênero, raça/etnia da última década e da atual, o estudo advoga que a realidade vivida pelas brasileiras incrementa os níveis de pobreza e gera instabilidade econômica, social e política. Sustenta-se, com efeito, que a constituição de capital social representa um meio efetivo de conquistar direitos humanos, consolidar relações democráticas entre Estado e Sociedade e reduzir custos políticos gerados por desigualdades de gênero.
Palavras-chave: desigualdades sociais, gênero, empoderamento, capital social.Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Concedo a Revista Educação Unisinos o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.
Também aceito submeter o trabalho às normas de publicação da Revista Educação Unisinos acima explicitadas.