A clinicalização da existência: problematizações e atualizações acerca do olhar médico sobre o público da Educação Especial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4013/edu.2023.271.33

Palavras-chave:

Educação Especial, Diagnóstico, Deficiência, Nascimento da clínica

Resumo

Há 60 anos, Foucault apresentava uma história do olhar, abordando o desenvolvimento da observação médica e do modo como se estruturou, ao longo da modernidade clínica, o conhecimento singular sobre o indivíduo doente. (FOUCAULT, 1980). Com o intuito de atualizar suas contribuições, este texto problematiza os deslocamentos ocorridos no olhar médico sobre a classificação e produção diagnóstica das pessoas com deficiência. Para isso, analisamos as perspectivas médicas e sociais presentes em alguns manuais, como: DSM-5, CID-10, CIF e o mais recente, IFBr-M. A partir das análises, percebemos que, embora haja diferentes concepções de deficiência nesses manuais, o olhar médico continua a produzir uma clinicalização da existência, classificando não somente os corpos e suas deficiências, mas também suas funcionalidades e capacidades. Entretanto, as existências subjetivas não podem ser capturadas, e é justamente na diferença que reside sua potência.

Biografia do Autor

Kamila Lockmann, Universidade Federal do Rio Grande - FURG

Doutora e Mestreem Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora Adjunta do instituto de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

Rejane Ramos Klein, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professora do Departamento Interdisciplinar no Campus Litoral Norte na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Graduada em Pedagogia (2002), Mestre (2005) e Doutora em Educação (2010) pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Realizou estudos de Pós-Doutorado no Programa de Pós-Graduação da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) (2019-2020). Atua como Vice-Lider do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação e In/exclusão (GEIX/CNPQ). Participa do Grupo de Estudo e Pesquisa em Inclusão (GEPI/CNPq) e integra a Rede de Investigação em Inclusão, Aprendizagem e Tecnologia em Educação (RIIATE). Trabalha com os seguintes temas: Inclusão Escolar, Políticas Educacionais e Curriculares, Formação de Professores.

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Publicado

2023-11-13

Edição

Seção

Dossiê: Vidas (im)possíveis entre o clínico e o pedagógico