Uma defesa da eudaimonia Aristotélica
DOI:
https://doi.org/10.4013/con.2025.212.07Palavras-chave:
Aristóteles. Eudaimonia. Felicidade. Ética a Nicômaco. Ética das Virtudes. Subjetivismo.Resumo
Em Two Conceptions of Happiness, Richard Kraut denuncia a desumanidade e restritividade da eudaimonia aristotélica. O presente artigo oferece uma crítica à avaliação de Kraut. A primeira parte do artigo, de caráter exegético, disputa a interpretação intelectualista que Kraut faz da eudaimonia e propõe uma leitura dualista da mesma que procura resolver os maiores problemas do debate clássico entre inclusivistas e intelectualistas. A segunda parte do artigo, por sua vez, defende uma forma de objetivismo contra a concepção subjetiva de felicidade exposta por Kraut: primeiro, argumentando que as acusações de Kraut se aplicam tanto à eudaimonia quanto à sua concepção subjetiva de felicidade sendo que, no caso da última, é impossível lidar com casos de comportamento vicioso “feliz” que são, numa concepção eudaimônica, facilmente descartados; segundo, demonstrando que o subjetivismo de Kraut é, na verdade, um objetivismo velado: na sua tentativa de ir além de uma concepção meramente psicológica de felicidade, Kraut viu-se obrigado a enriquecer normativamente o conceito de felicidade com critérios que vão além das determinações do sujeito. Concluímos assim que a eudaimonia aristotélica nos continua a fornecer a única alternativa cabal a uma visão puramente psicológica de felicidade, sendo, portanto, ainda relevante no debate ético.
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