Esquemas Iniciais Desadaptativos como Preditores de Sintomatologia entre Vítimas e Não Vítimas de Violência no Namoro

Autores

  • Jeane Lessinger Borges Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Faculdade IENH
  • Débora Dalbosco Dell'Aglio Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Unilasalle

DOI:

https://doi.org/10.4013/ctc.2020.132.04

Resumo

Este estudo investigou como os esquemas iniciais desadaptativos (EIDs) podem predizer o desenvolvimento de sintomas de depressão, ansiedade e estresse em uma aamostra alargada de adolescentes vítimas de violência no namoro. Um total de 525 adolescentes, de 14 a 19 anos de idade, oriundos da região metropolitana de Porto Alegre/RS, participaram no estudo. Os participantes foram divididos em dois grupos:  Grupo de adolescentes vítimas (n = 396 adolescentes, 60,4% do sexo feminino, M = 16,67 anos de idade, DP = 1,18 anos) e não-vítimas (n = 129 adolescentes, 52,7% do sexo feminino, M = 16,50 anos de idade, DP = 1,23 anos). O Questionário de Esquemas para Adolescentes-Forma Breve, o Inventário de Conflitos nas Relações de Namoro na Adolescência e a Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse para Adolescentes foram aplicados. Os resultados indicaram maior sintomatologia de depressão, ansiedade e sintomas de estresse entre as vítimas, em comparação com as não vítimas, e entre as meninas vítimas, em comparação com os meninos vítimas. Vítimas de violência no namoro apresentaram significativamente escores mais altos nos EIDs de Abandono, Desconfiança/abuso, Arrogo/grandiosidade, Autossacrifício, Busca por Aprovação, Negativismo/pessimismo e em Padrões Inflexíveis, quando comparadas ao grupo de não-vítimas. Para o grupo de vítimas do sexo feminino, regressões múltiplas indicaram que os EIDs explicam a variância dos sintomas de depressão (36%), ansiedade (28%) e estresse (26%). Para os adolescentes do sexo masculino, os EIDs também explicam a variância dos sintomas de depressão (43%), ansiedade (38%) e estresse (39%). Os resultados são discutidos a partir dos pressupostos da Terapia dos Esquemas. Implicações para políticas públicas e práticas de intervenção são consideradas.

Biografia do Autor

Jeane Lessinger Borges, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Faculdade IENH

Doutora em Psicologia (UFRGS), Curso de Psicologia Faculdade IENH

Débora Dalbosco Dell'Aglio, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Unilasalle

Doutora em Psicologia (UFRGS), Professora Adjunta do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (UFRGS) e do Programa de Pós-Graduação em Educação (UNILASALLE)

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Publicado

2020-12-18

Edição

Seção

Artigos