Madame Bovary e histeria: algumas considerações psicanalíticas

Autores

  • Thalita Lacerda Nobre Universidade Paulista (UNIP) Universidade Católica de Santos (Unisantos)

DOI:

https://doi.org/10.4013/ctc.2013.61.08

Resumo

Este artigo parte da compreensão freudiana sobre a constituição psíquica feminina e a histeria como vicissitude psicopatológica, utilizando como objeto de estudo a personagem Madame Bovary, do romance de Gustave Flaubert, publicado na França em 1856, ano do nascimento de Freud. Considerado o principal expoente e fundador da escola literária do realismo, Flaubert criou uma personagem feminina com uma série de conflitos que retratam os costumes burgueses europeus da segunda metade do século XIX, bem como deixam claro o lugar reservado à mulher neste contexto cultural. A sua mulherzinha – como Flaubert virá denominar a personagem central durante a elaboração do romance – é uma importante representante do desejo feminino de transformação, porém, é possível perceber uma desmedida nesses desejos, o que a coloca no campo da afetação psicopatológica. O realismo com que Madame Bovary é apresentado tornou o romance bastante discutido ao longo dos tempos. Quando foi publicado, causou impacto na sociedade francesa, chegando a ser proibida sua publicação. Apesar disso, a história construída por Flaubert
mantém-se atual. pois refere-se ao enigma da feminilidade e da patologia histérica, ambas atemporais.

Palavras-chave: psicanálise, histeria, Madame Bovary, literatura francesa.

Biografia do Autor

Thalita Lacerda Nobre, Universidade Paulista (UNIP) Universidade Católica de Santos (Unisantos)

Mestre e doutora em Psicologia clínica pela PUC-SP.

Profa. e supervisora de estágios na UNIP-Santos/SP e Unisantos - Santos/SP

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Publicado

2013-05-13

Edição

Seção

Artigos