Infelizes para Sempre: divórcio litigioso e sofrimento emocional à luz da teoria winnicottiana
DOI:
https://doi.org/10.4013/ctc.2022.151.02Resumo
Considerando que o número de processos judiciais de divórcio litigioso vem crescendo nos últimos anos, o objetivo deste estudo foi compreender psicanaliticamente como essa experiência é emocionalmente integrada à história de vida de ex-cônjuges. Foram entrevistados 10 adultos, 6 mulheres e 4 homens, com idade entre 35 e 75 anos que passaram por um processo litigioso e que tinham filhos menores à época do divórcio. Entrevistas abertas individuais foram conduzidas a partir de uma pergunta disparadora que proporcionou aos participantes a possibilidade de narrar suas vivências por meio da associação livre de ideias e afetos. Após cada entrevista foi elaborada uma Narrativa Transferencial (NT) para comunicar o contexto e o conteúdo dos encontros, além das impressões pessoais da pesquisadora. O conjunto das NTs foi compartilhado com o grupo de pesquisa resultando na interpretação de três campos de sentido afetivo-emocional. O campo “Infelizes para sempre”, a partir do qual os seguintes se desenvolvem, denota a longevidade da repercussão emocional do divórcio; o campo “A culpa é do outro” comunica a inabilidade de se apropriar da própria responsabilidade na construção da realidade vivida; e, “E os filhos?” denuncia a situação dos filhos que acabam negligenciados em meio ao turbilhão de emoções parentais.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Concedo à revista Contextos Clínicos o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista). Afirmo que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação, ainda não foi publicado na íntegra e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo. Também aceito submeter o trabalho às normas de publicação da Contextos Clínicos acima explicitadas.